O Brasil caiu da 40ª para a 46ª posição no ranking de competitividade no planeta em 2023, segundo o Índice Firjan de Competitividade Global (IFCG), divulgado na última quarta-feira, 11. O estudo avaliou 66 economias em quatro pilares: ambiente de negócios, capital humano, eficiência do Estado e infraestrutura. Essa análise tomou como base dados do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas (Unesco).
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Nos últimos dez anos, o índice brasileiro diminuiu de 44,4 para 39,9, uma redução de aproximadamente 10%. “O Brasil tem procurado evoluir em diversas questões, mas o indicador deixa claro que ainda falta muito para se aproximar dos países com os maiores níveis de competitividade”, afirmou Jonathas Goulart, gerente de estudos econômicos da Firjan.
Desempenho em relação a outros países
O país ficou atrás de países latino-americanos como Uruguai (33º) e Chile (34º), mantendo-se próximo à Argentina (48º), que enfrenta uma profunda crise econômica.
Entre os Brics, bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a posição brasileira também foi a mais desfavorável: ficou atrás de China (13ª), Índia (42ª) e África do Sul (45ª), superando apenas a Rússia (60ª), que está em guerra.
Cingapura lidera o ranking com 87,7 pontos, seguida por Suíça (86 pontos) e Dinamarca (84,2 pontos). No último lugar, está o Paquistão, com 14,5 pontos. As quedas do Brasil ocorreram nos pilares de eficiência do Estado, infraestrutura e ambiente de negócios.
Infraestrutura e capital humano
Na infraestrutura, o país ocupa a 47ª posição, investindo 18% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. Já a China investe 43% e a Índia, 33%. O estudo constatou, por exemplo, que o tempo médio para obtenção de energia elétrica no Brasil é de 128 dias. Isso é muito superior à Índia, que precisa de 53 dias.
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Ainda que o índice de capital humano tenha subido de 51 para 52,4, o Brasil caiu da 29ª para a 33ª posição. O índice reflete o baixo investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento.
Em pesquisa e desenvolvimento, a Coreia do Sul dedica 4,6% do PIB, enquanto o Brasil investe apenas 1,2%. O país asiático investe cerca de US$ 22 mil por aluno ao ano, enquanto o Brasil investe cerca de US$ 3,7 mil.
Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, afirmou que “um dos graves problemas estruturais do Brasil é que as pessoas acabam não tendo acesso a uma educação de qualidade”.
Essa falta de acesso se torna, segundo ele, um empecilho para que os cidadãos conquistem melhores empregos. Também, para que as empresas encontrem mão de obra qualificada, imprescindível para enfrentar os desafios das transformações tecnológicas.
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