Mudança na comunicação do governo envolve Lula, Janja e divergências no PT, diz jornal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja implementar um “arcabouço digital” para marcar a segunda metade de seu mandato. Essa nova fase começa em janeiro de 2025, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo. A primeira mudança deve ocorrer na área da comunicação. Lula quer promover ajustes significativos para conter a influência da direita nas redes sociais.

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A reformulação pode incluir a substituição de Paulo Pimenta. Ele é o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) e representa a ala mais tradicional do PT.

Antes de realizar a cirurgia para drenar um hematoma intracraniano, Lula já havia criticado a comunicação governamental. Segundo ele, faltava uma estratégia unificada. Essa ausência permitia que ministros e parlamentares do PT agissem de forma independente na divulgação de informações.

Apesar das críticas, ainda não há consenso dentro do governo sobre os próximos passos. A primeira-dama Janja da Silva exerce grande influência na Secom. Ela tem um papel destacado na Secretaria de Estratégias e Redes. Em 8 de janeiro, por exemplo, Janja criou um vídeo com ministros para marcar um ano dos atos em Brasília. O conteúdo foi publicado sem que Pimenta soubesse. Ele foi informado sobre o projeto apenas depois da sua divulgação.

Dentro do PT, há pressão para que Lula adote uma postura mais combativa contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O partido defende que o presidente use mais as redes nacionais de rádio e TV.

Ao deixar o hospital no último domingo, 15, Lula comentou a prisão do general Braga Netto. O militar havia sido candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022. O petista fez duras críticas ao governo anterior.

Lula não quer recriar o cargo de porta-voz

No governo, há divergências sobre como lidar com a comunicação. Alguns sugerem recriar o cargo de porta-voz. No passado, André Singer e Marcelo Baumbach ocuparam essa posição. Lula resiste à ideia e afirma preferir exercer essa função pessoalmente.

Entre os desafios da Secom, está a realização de uma nova licitação para o contrato de comunicação digital. O processo anterior foi suspenso por irregularidades.

Lideranças do PT, como Jilmar Tatto e Rogério Correia, reforçam a necessidade de uma estratégia comunicacional unificada. Eles criticam a falta de uma resposta política contundente à direita.

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