Fundo de pensão da Petrobras propõe limitar atribuições de diretoria depois de controvérsias com Vaccari Neto

O conselho deliberativo da Petros analisa, desde a semana passada, uma proposta para limitar as atribuições da diretoria de investimentos do fundo de pensão da Petrobras. A medida visa a garantir que decisões importantes, como a substituição de gestores e mudanças de corretoras, passem pelo crivo do conselho. 

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A iniciativa surgiu depois da nomeação de Gustavo Gazaneo, um diretor influenciado por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Este último voltou a exercer influência em fundos estatais no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva à frente da Presidência da República.

Influência de Vaccari Neto na Petros

Vaccari Neto, condenado a 24 anos de prisão em múltiplos processos da Lava Jato, e solto por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), desempenhou um papel crucial na indicação de Gazaneo para a diretoria da Petros.

Gustavo Gazaneo atua na estatal Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) | Foto: João Luiz Ribeiro/Finep
Gustavo Gazaneo atua na estatal Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) | Foto: João Luiz Ribeiro/Finep

Gazaneo, com formação em comunicação social, foi escolhido em detrimento de outros candidatos mais experientes na área de investimentos. Isso ocorreu depois da primeira opção de Vaccari, Francisco Alexandre Ferreira, ser excluída por problemas de conformidades.

A escolha de Gazaneo, contudo, gerou desconforto entre os conselheiros. O fundo de pensão Petros enfrenta desafios de governança desde a Operação Greenfield, que revelou desvios bilionários em investimentos realizados por motivações políticas. 

Para evitar a repetição de escândalos, a nova resolução propõe restringir investimentos em novos fundos de participações e empresas de capital fechado.

Mudanças na equipe de investimentos

A resolução também recomenda que mudanças na equipe de investimentos e nas carteiras sejam aprovadas pelo colegiado. Além disso, os conselheiros propõem proibir novos aportes em ativos ilíquidos, como participações em empresas privadas, sem um estudo detalhado que justifique a operação. 

Esses receios se devem, em parte, ao fato de que, antes mesmo da crise fiscal no Congresso, havia expectativas de que os fundos de pensão contribuíssem para projetos governamentais, como o Programa de Aceleração do Crescimento.

Em relação às críticas sobre o processo de seleção, a Petros declarou que a indicação de Gazaneo seguiu as normas internas de governança. 

Embora o estatuto da Petros, reformado depois da Operação Greenfield, determine que candidatos à diretoria sejam avaliados por “buscas talentos”, Gazaneo não participou de um processo de seleção.

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