A queda da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, no domingo 22, na divisa entre o Tocantins e o Maranhão, trouxe à tona preocupações sobre a segurança de diversas outras pontes federais no Brasil. A tragédia pode não ser um caso isolado, considerando a condição estrutural de muitas dessas infraestruturas.
O Ministério Público fez um levantamento detalhado da situação das pontes sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Até maio de 2023, 727 pontes federais foram classificadas como críticas ou ruins.
Dessas, 130 estão em condições extremamente deterioradas, enquanto outras 597 estão em situação ruim. Esse número representa 12,5% das pontes federais no Brasil. O Dnit administra um total de 5,8 mil pontes no país, sem contar outras obras como viadutos ou passarelas.
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A ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira estava classificada na categoria 2, que abrange estruturas com condição ruim, conforme avaliação do Dnit. O órgão classifica as pontes em cinco categorias: 1 (crítico), 2 (ruim), 3 (regular), 4 (bom) e 5 (ótimo). No total, há 1,5 mil pontes na categoria regular, 2,2 mil na categoria bom e apenas 67 estão na categoria ótima.
Os Estados com maior número de pontes em condições críticas ou ruins são o Ceará
Os Estados com maior número de pontes em condições críticas ou ruins são o Ceará, com 77 pontes nessas condições, seguido por Pernambuco, Minas Gerais e Pará. As condições ruins indicam que as pontes podem apresentar danos estruturais graves, como fissuras no concreto, falhas em fundações ou desgaste de sistemas de drenagem.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que a pasta realizará uma sindicância para apurar as causas da tragédia. Provisoriamente, disponibilizaram uma balsa para o transporte de passageiros e veículos entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Caminhões terão que seguir rotas alternativas.
A ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira era uma das principais vias de ligação entre o Tocantins e o Maranhão, fazendo parte da BR-230, que conecta o Nordeste à Amazônia. O Dnit havia firmado um contrato de manutenção da ponte, no valor de R$ 3,5 milhões, entre 2021 e 2023. Apesar dos reparos realizados, a ponte não resistiu ao colapso. Em maio de 2024, o Dnit lançou um edital de R$ 13 milhões para a reabilitação da ponte, mas a licitação foi fracassada.
A tragédia resultou em pelo menos uma morte confirmada e 16 pessoas desaparecidas, incluindo crianças, motoristas e passageiros.
O post Brasil tem 727 pontes em estado crítico, igual à que caiu entre TO e MA apareceu primeiro em Revista Oeste.