Rússia e Irã assinaram nesta sexta-feira, 17, um acordo de aliança estratégica pelo período de 20 anos. A iniciativa pretende aprofundar a cooperação econômica e militar entre os dois países. Tanto Rússia quanto Irã alimentam conflitos com o Ocidente e, desse modo, seguem sujeitos a sanções da Europa e principalmente dos Estados Unidos.
Para afastar a hipótese de algo que pode se associar ao renascimento do antigo “eixo do mal”, o texto que recebeu as assinaturas dos presidentes Vladimir Putin e Masoud Pezeshkian, em Moscou, busca destacar um aspecto singular. Conforme o documento, a parceria não prioriza o aspecto militar. “Trabalhamos muito pelo acordo, que terá benefícios principalmente no comércio”, disse Putin.
Acordo descarta apoio a país agressor
O texto desconsidera, por exemplo, uma cláusula de defesa mútua, semelhante ao que Rússia e Coreia do Norte firmaram no ano passado. A negociação permitiu que a ditadura norte-coreana fornecesse aproximadamente 10 mil soldados às forças russas, que estariam empregando esse efetivo na guerra contra a Ucrânia.
Na contramão desse dispositivo, o acordo estabelece que, em caso de agressão, o parceiro não pode auxiliar o agressor. No entanto, a parceria deixa explícito o compromisso de aprofundar a coordenação de defesa e os exercícios militares conjuntos.
A redação do acordo entre Rússia e Irã chega blindada por cuidados estratégicos. Afinal, Putin não quer dar espaço a um mínimo de controvérsia no exato momento em que Donald Trump se prepara para reassumir a Casa Branca. Sua posse vai ocorrer nesta segunda, 20.
O Irã, por sua vez, inimigo histórico dos EUA no Oriente Médio, tenta fugir de mais problemas. O massacre em 7 de outubro de 2023, em Israel, abalou seus aliados, no caso, os grupos terroristas Hamas e Hezbollah. Desse modo, abriu-se espaço para a queda da ditadura amiga de Teerã na Síria. O Irã, que está em retirada tática, busca neste momento primeiramente evitar um conflito aberto com Israel e EUA.
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