Itaú processa ex-diretor e pede R$ 3,3 milhões em indenização

Nesta quinta-feira, 30, o Itaú Unibanco entrou com uma ação judicial contra Alexsandro Broedel, seu ex-diretor financeiro, e pediu uma indenização de R$ 3,35 milhões. A instituição financeira acusa Broedel de violar suas políticas internas, ao agir em conflito de interesses para obter benefícios próprios.

O banco alega que o ex-diretor teria utilizado seu cargo para aprovar pagamentos a um fornecedor com vínculos pessoais, o que soma mais de R$ 10 milhões entre 2021 e 2024. As alegações surgiram durante uma assembleia geral extraordinária em dezembro de 2024, onde foram mencionadas práticas de gestão abusiva e desvio de poder.

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O documento foi assinado pelos diretores José Virgilio Vita Neto e Álvaro Felipe Rizzi Rodrigues e relatado ao Banco Central, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Itaú também relatou que Broedel e Eliseu Martins, sócio desde 1998 na Broedel Consultores, teriam ocultado esse relacionamento.

Segundo a apuração, Broedel contratou cerca de 40 pareceres da empresa Care, de Eliseu Martins e seu filho, Eric, com um total de R$ 13,26 milhões. As investigações, que começaram em agosto de 2024, e terminaram em novembro, identificaram 56 transferências suspeitas, com um total de R$ 4,8 milhões.

Broedel teria recebido um “rebate” de cerca de 40% ao contratar os pareceres. Em dezembro, foi protocolado o protesto interruptivo de prescrição para evitar que irregularidades fossem prescritas antes de três anos.

Acusado diz que Itaú tinha conhecimento dos serviços

Fachada de agência do banco Itaú na Av. Paulista, em São Paulo
Fachada de agência do banco Itaú na Av. Paulista, em São Paulo | Foto: Itaci Batista/Estadão Conteúdo

Broedel, depois das acusações, declarou que as denúncias eram “infundadas e sem sentido” e prometeu tomar “medidas judiciais cabíveis”. Ele afirmou que os serviços eram do conhecimento do Itaú e requisitados por diferentes áreas.

Em julho 2024, Broedel renunciou ao cargo no Itaú para assumir uma posição no Santander, em Madri, ainda aguardando aprovação do Banco Central espanhol.

Eliseu Martins, por meio de sua defesa, negou qualquer conduta imprópria e acusou o banco de “má-fé”. Ele afirmou que todos os serviços de consultoria e pareceres técnicos foram entregues ao Itaú.

“Há vários materiais de suporte das consultorias que foram feitos sem formalidade, algo de que me arrependo agora, dada a má-fé da interpretação dada pelo banco”, afirmou Martins.

Até o momento, Broedel não se pronunciou sobre a ação judicial que busca a indenização de R$ 3,35 milhões. O Itaú afirma que o esquema engendrado por Broedel e Martins, “embora sofisticado nas medidas para encobrimento do ilícito, tinha como objetivo realizar uma fraude rasteira”.

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