DeepSeek se destaca por sua eficiência, diz especialista em segurança digital

Em entrevista ao Jornal da Oeste desta sexta-feira, 31, o especialista em segurança digital Luiz Henrique Barbosa comentou a nova inteligência artificial (IA) do momento: a chinesa DeepSeek. Principal rival do ChatGPT, a ferramenta lidera a lista de aplicativos gratuitos mais baixados do Brasil e Estados Unidos.

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Barbosa destaca que o maior diferencial da nova IA é sua eficiência. “A DeepSeek mostrou que consegue treinar modelos de uma forma mais eficiente e, consequentemente, exigindo menos poder computacional para tudo isso”, disse. “Ela consegue ser uma inteligência artificial muito mais barata.”

Consequentemente, os investidores das bolsas de valores nos Estados Unidos e China passaram a questionar se realmente são necessários chips de alto custo energético, o que fez as ações da fabricante de componentes eletrônicos NVIDIA perder quase US$ 600 bilhões em valor de mercado em um único dia.

Dada a competição entre Estados Unidos, representados pelo ChatGPT, e a China, que desenvolveu o DeepSeek, Barbosa citou o co-fundador da NetScape, Marc Andreessen. Em referência à corrida espacial entre EUA e União Soviética, o empresário disse que o avanço da DeepSeek trata-se de “um novo Sputnik”.

No entanto, ele considera que a ferramenta chinesa ainda não superou o ChatGPT, que passou a oferecer serviços de geração de imagens e vídeos por inteligência artificial. “A gente vê que ele ainda está na frente”, avalia.

Usar o DeepSeek é seguro?

Apesar de suas funcionalidades, a ligação do DeepSeek com o governo chinês gera preocupações, especialmente em relação ao controle de dados e à possível influência do Partido Comunista Chinês (PCCh) sobre suas operações.

Uma das principais preocupações é a coleta de dados pessoais e sensíveis. O governo chinês tem um histórico de vigilância massiva, tanto dentro quanto fora do país, por meio de ferramentas tecnológicas.

Assim, o DeepSeek pode ser usado como mais um instrumento para coletar informações de usuários, que podem ser compartilhadas com autoridades chinesas. O uso de uma IA vinculada ao PCCh também pode expor usuários e empresas a riscos de espionagem cibernética.

A Itália, por exemplo, proibiu o DeepSeek na última quarta-feira, 29, depois da Autoridade de Proteção de Dados italiana (DPA) solicitar mais detalhes sobre o armazenamento de dados dos usuários pela empresa.

DeepSeek é a nova inteligência artificial que concorre com o ChatGPT
DeepSeek é a nova inteligência artificial que concorre com o ChatGPT | Foto: Divulgação/DeepSeek

Em comunicado, a DPA disse que há “elevado risco para os dados de milhões de pessoas” e, por isso, a plataforma foi removida das lojas virtuais Google Play e App Store. A empresa chinesa tem 20 dias para fornecer as informações requeridas ao governo italiano.

A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda seguiu na mesma linha e solicitou informações ao DeepSeek sobre o processamento de dados realizado em relação aos usuários irlandeses, também na última quarta-feira, 29.

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A agência de regulação digital da França disse nesta quinta-feira, 30, que pretende indagar o DeepSeek para entender melhor como o sistema de IA da startup chinesa funciona e quaisquer possíveis riscos à privacidade dos usuários. O órgão é um dos mais ativos da Europa e já multou empresas como Google e Meta.

Nesta sexta-feira, 31, a agência Reuters publicou que a agência de proteção de privacidade de informações da Coreia do Sul também planeja questionar o DeepSeek sobre como as informações pessoais dos usuários são gerenciadas.

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