Um tiroteio em uma escola na Suécia deixou pelo menos dez mortos e já é considerado o pior massacre da história do país, segundo seu primeiro-ministro, Ulf Kristersson. “É difícil assimilar a magnitude do que aconteceu hoje”, declarou. “O que simplesmente não deveria acontecer, agora aconteceu.”
O caso ocorreu por volta das 8 horas (horário de Brasília) desta terça-feira, 4, quando a polícia, os bombeiros e ambulâncias foram alertados sobre uma carnificina em uma escola de jovens e adultos em Örebro.
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De acordo com a polícia, um agente solitário abriu fogo contra a multidão e tirou a própria vida. Ainda não se sabe o número exato de feridos, mas o chefe da área policial de Örebro, Robert Eid Forest, estima em 15 pessoas.
A líder do Partido Social-Democrata, Magdalena Andersson, disse que este é um dia de luto para toda a Suécia. “Meus pensamentos vão naturalmente para aqueles que foram afetados, que foram para a escola em um dia normal, professores que foram trabalhar, os zeladores”, declarou.
Em uma declaração, o rei da Suécia, Carlos XVI Gustavo, enviou suas condolências. “Nossos pensamentos também estão com os feridos e seus familiares, bem como com todos os afetados.”
“Minha família e eu gostaríamos de expressar nossa profunda gratidão aos policiais, bombeiros e profissionais de saúde que trabalharam intensamente para salvar e proteger vidas neste dia sombrio”, disse o monarca.
Suécia tem histórico de tiroteios em massa
A Suécia, conhecida por sua qualidade de vida e altos índices de desenvolvimento humano, enfrenta um problema crescente e alarmante: a violência armada. Nos últimos anos, o país registra um aumento em tiroteios, especialmente entre jovens do sexo masculino de 15 a 29 anos.
De acordo com dados do Conselho Nacional Sueco para Prevenção de Crimes (de sigla Brå), a violência armada na Suécia começou a aumentar em meados dos anos 2000, com um crescimento mais acelerado a partir de 2013. Enquanto muitos países europeus registravam declínio nos homicídios por armas de fogo, a Suécia seguiu na direção oposta.
Em 2021, o Brå destacou que a maior parte desse aumento está relacionada à violência de gangues em áreas vulneráveis, caracterizadas por altos índices de criminalidade, baixa renda, baixa escolaridade e uma grande população imigrante.
Uma pesquisa científica de 2017 revelou que incidentes com desfechos fatais são “quatro a cinco vezes” mais comuns na Suécia em comparação com países vizinhos como Alemanha e Noruega, quando ajustados ao tamanho da população.
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Uma análise do período entre 2011 e 2017 mostrou que houve 1,5 mil incidentes com armas de fogo no país, que resultaram em 131 mortes e 520 feridos. Em 2020, foram registrados 366 tiroteios, com 47 mortes e 117 feridos, um aumento de 10% em relação ao ano anterior.
O pesquisador Amir Rostami, da Universidade de Estocolmo, destacou que os responsáveis pela violência armada são predominantemente “jovens homens, muitas vezes de segunda geração de imigrantes”.
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