Márcia Polisuk, vice-presidente e diretora geral da Hillel na América Latina e residente em Israel, concedeu entrevista ao Jornal da Oeste nesta quarta-feira, 5. Ela contou como o país recebeu a notícia da libertação das reféns pelo Hamas nos últimos dias.
Hoje, quatro meninas libertadas pelos terroristas deixaram o hospital onde passavam por tratamento. “O país parou”, conta. “Toda a população foi recebê-las nas ruas, com flores, cantando, é uma emoção muito grande.”
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As ex-reféns relataram algumas das práticas de tortura físicas e psicológicas às quais foram submetidas. Uma delas, Arbel Yehoud, de 29 anos, passou 15 meses sozinha, com a companhia apenas de seus carrascos.
“O Hamas é uma ameaça para o mundo inteiro”, alertou Márcia. “Israel é só o primeiro a ser atacado.”
Yarden Bibas ficou preso em uma gaiola, sem direito a banho e sem alimentação por vários dias, de acordo com Polisuk. Ele foi libertado sem sua mulher, Shiri, e seus filhos, Ariel, de cinco anos, e Kfir, de dois.
Márcia garantiu que todos os ex-reféns terão continuidade em seu tratamento médico e psicológico. “A privação foi gigante e longa, um sequestro de 15 meses, e o mundo esqueceu”, lamentou a diretora da Hillel.
Polisuk revelou que, antes da libertação, os terroristas do Hamas alimentaram os reféns para que aparentassem melhores condições de saúde, além de fornecerem remédios pra que “parecessem alegres”.
“Isso é a unidade do povo de Israel”, diz Márcia
A diretora da Hillel ainda destacou que cada refém israelense é trocado por centenas de terroristas palestinos. “Estamos trocando civis sequestrados por prisioneiros, terroristas, com pena de prisão perpétua e sangue nas mãos”, ressaltou. “Apesar de ser discrepante, a vida pra gente vale muito.”
Márcia citou o caso de uma mãe que autorizou a soltura de um terrorista que assassinou seus dois filhos, para que fosse libertada uma refém inocente. “Uma mãe que perdeu dois filhos que diz que está tão feliz quanto as mães que receberam seus filhos”, reflete. “Isso é a unidade do povo de Israel.”
Como exemplo disso, Polisuk conta que o Aeroporto Internacional de Tel Aviv conta com um mosaico formado por fotos de reféns sequestrados pelo Hamas. “A população está toda envolvida, é como se fosse a sua própria família”, disse.
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O post ‘A vida de cada refém vale muito’, diz brasileira em Israel apareceu primeiro em Revista Oeste.