Netflix cancela documentário de nove horas sobre Prince

A Netflix cancelou o lançamento do documentário sobre Prince, dirigido por Ezra Edelman. Um filme de nove horas, divido em seis partes, que pretendia apresentar em detalhes como se moldou um dos maiores gênios da música em todos os tempos. O destino do documentário, agora, é o fundo de um arquivo qualquer ou até mesmo o lixo. A decisão ocorreu porque controladores do espólio do artista e a Netflix discordaram da forma que o material foi editado. De acordo com manifestações públicas da família de Prince, o filme apresentava imprecisões factuais e criava uma narrativa que distorcia a representação do cantor, especialmente em relação a alegações de abuso físico e emocional que ele supostamente praticava. Assim, considerou-se que o conteúdo do documentário não honrava adequadamente o legado de Prince.

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Depois de muita discussão, os responsáveis pelo espólio de Prince e a Netflix chegaram a um acordo para cancelar definitivamente o projeto existente. A ideia da família, agora, é desenvolver e produzir um novo documentário utilizando conteúdo exclusivo dos arquivos de Prince, com o objetivo de oferecer uma representação mais fiel e respeitosa do artista. Pele rede social X (antigo Twitter), o Prince Estate — como é chamado o grupo familiar que cuida do espólio do artista — fez uma declaração oficial de que o documentário produzido pela Netflix estava cancelado.

Em outra publicação no X, a conta oficial de Prince acrescentou: “The Vault Has Been Freed” (O cofre foi liberado), numa referência a um cofre na mansão de Prince onde o artista guardava fotos, vídeos exclusivos de gravações em estúdio (que era na casa de Prince) e de sua intimidade, além de objetos pessoais e muitas composições que jamais foram apresentadas ao público. A frase chega a soar como provocação aos produtores da Netflix e principalmente ao diretor do filme/série, Ezra Edelman, que declarou ter trabalho no documentário por mais de cinco anos e com acesso ao tal cofre mencionado pela família.

Prince: astro do funk, R&B, soul, jazz, rock, pop e hip hop

Ezra Edelman não é um iniciante e um nome qualquer na indústria. Entre muitos trabalhos importantes, ganha destaque seu documentário OJ: Made in América, vencedor do Oscar na categoria. Edelman foi escolhido para dirigir o documentário sobre Prince em comum acordo entre familiares do artista e a Netflix. Ocorre que em 2022, ainda durante o início da produção, o espólio de Prince passou a ser administrado por alguns de seus herdeiros, associados e a empresa Primary Wave. A primeira medida dos novos proprietários, estranhamente, foi bloquear o acesso de Edelman ao The Vault. O executivo da Netflix que produzia o filme não gostou e então deixou a empresa. Tempos depois, os familiares de Prince pediram para assistir aos primeiros cortes do filme e teriam feito uma série de exigências para refilmagens.

Por mais que a notícia do cancelamento do documentário desagrade aos milhares de fãs do astro do funk, R&B, soul, jazz, rock, pop e hip hop em todo o mundo, a história até aqui tem a cara de Prince. Durante toda a sua carreira, o artista envolveu-se em inúmeras polêmicas — muitas delas justamente associadas à própria imagem e desacordos com gravadoras. Mas sim, é verdade que o multi-instrumentista Prince, aquele que trouxe ao mundo a The New Power Generation, clássicos como Purple Rain, When Doves Cry, Let’s Go Crazy, Sign O’ the Times e tantos outros, merece um filme que seja honesto e o mais fiel possível à sua genialidade musical.

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