Refém assassinado por terroristas era ativista pró-Palestina

O corpo do jornalista Oded Lifshitz, refém do Hamas e ativista pró-Palestina, foi devolvido a Israel na última quinta-feira, 20. Aos 83 anos, ele foi sequestrado em sua casa no Kibbutz Nir Oz durante o ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, e permaneceu em cativeiro por mais de um ano antes de ser morto por terroristas.

Lifshitz e sua esposa, Yocheved Lifshitz, 85, estavam entre os 251 reféns levados por terroristas palestinos na ofensiva que resultou na morte de cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e desencadeou a guerra subsequente. 

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Yocheved foi libertada 16 dias depois, em um gesto que o Hamas classificou como “razões humanitárias”. As informações são do jornal The Times of Israel.

Em entrevista à emissora pública israelense Kan, na quarta-feira 19, Yocheved Lifshitz desabafou sobre a perda do marido: “Ele lutou pelos palestinos a vida toda — eles o traíram e levaram-no para o inferno”.

Refém do Hamas, Lifshitz era ativista pró-Palestina

Lifshitz teve uma longa trajetória como jornalista do Al-Hamishmar, uma publicação associada ao movimento dos kibutzim. Durante sua carreira, defendeu os direitos palestinos. Em 1972, denunciou a expulsão de beduínos do Sinai por autoridades israelenses. 

Uma década depois, durante a guerra civil libanesa e a invasão do Líbano por Israel, foi um dos primeiros repórteres a relatar os massacres nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, onde mais de 800 palestinos foram assassinados por antigos rivais do grupo libanês Falange, que tiveram a entrada no local liberada pelas Forças Armadas de Israel, segundo apuração posterior.

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Nos últimos anos, Lifshitz se dedicou ao trabalho humanitário, atuando na Road for Recovery, organização que ajuda palestinos a receber tratamento médico em hospitais israelenses. Segundo sua família, ele fazia viagens semanais até a fronteira da Faixa de Gaza para buscar pacientes palestinos e transportá-los para hospitais em Israel.

Fundador do Kibutz Nir Oz

Além de jornalista e ativista, Lifshitz foi um dos fundadores do Kibutz Nir Oz, em 1955. No tempo livre, gostava de tocar piano e cultivar cactos. Pai de quatro filhos, avô e bisavô, sua ausência é profundamente sentida pela família e pela comunidade.

Seu filho, Yizhar Lifshitz, relatou ao Canal 12 que a família temia pela vida do pai desde o sequestro. “Membros da nossa comunidade ainda estão dentro [de Gaza], alguns deles mortos, outros acorrentados e famintos”, declarou. “Temos que devolver todos eles agora.”

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A Faixa de Gaza é o território palestino sob comando do grupo terrorista Hamas | Foto: Ashraf Amra/Unwra

Morto por terroristas

O Instituto Nacional de Medicina Forense confirmou que Lifshitz foi morto em cativeiro há mais de um ano. Ele estava sob o controle do grupo terrorista Jihad Islâmica Palestina, que também atua na Faixa de Gaza e é aliado do Hamas.

De acordo com o filho do jornalista, uma refém libertada no primeiro acordo de troca, em novembro de 2023, relatou ter estado com ele por duas semanas em um apartamento em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

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“Soubemos que ele estava doente e que foi baleado no braço quando segurava a maçaneta da sala segura [no dia do ataque]”, disse Yizhar, referindo-se ao abrigo blindado usado pelos israelenses para se proteger de foguetes. “Ele não estava em um bom estado.”

O neto do jornalista, Dekel, disse ao Canal 12 que a família acredita que Lifshitz morreu poucas semanas depois do sequestro. Sofrendo de pressão alta e necessitando de medicação diária, é possível que ele tenha sucumbido às más condições do cativeiro e à falta de tratamento.

Reféns ainda em Gaza

Atualmente, 66 dos 251 reféns sequestrados pelo Hamas continuam em Gaza, incluindo os corpos de pelo menos 35 mortos confirmados pelas Forças de Defesa de Israel. 

O Hamas também mantém dois civis israelenses que entraram na Faixa em 2014 e 2015, além dos restos mortais de um soldado israelense morto em 2014.

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