Morre a cantora Lílian Knapp, estrela da jovem guarda

Morreu neste sábado, 22, a cantora Lílian Knapp. Sucesso nas paradas tanto na dupla com Leno quanto em carreira solo, Lílian lutava contra um tumor agressivo na pélvis. A informação foi divulgada por seu marido, o produtor Cadu Nolla, que chegou a fazer uma vaquinha virtual para custear o tratamento da cantora.

“É com muito pesar que anunciamos a morte da cantora, compositora e artista Lilian Knapp”, anunciou seu perfil oficial no Instagram. “Seu legado vai continuar eterno na música. Lilian vai continuar no nosso coração. Sua estrela ainda brilha entre nós.”

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O começo da carreira profissional de Lílian remonta a 1965, quando conheceu o cantor Leno, que retornava de uma temporada de quatro anos no Nordeste. Juntos, formaram a dupla Leno e Lílian, um dos expoentes da Jovem Guarda.

Ainda em 1965, a dupla estreou em programas de TV que capturavam o espírito da época, como Os Brotos Comandam, apresentado por Carlos Imperial, e Hoje é Dia de Rock, ao lado de Renato e Seus Blue Caps.

O ano de 1966 foi um divisor de águas. A dupla alcançou o estrelato com a canção Devolva-me, uma composição de Lílian em parceria com Renato Barros, que se tornou um marco nas paradas de sucesso.

No mesmo ano, a dupla lançou Pobre Menina (versão da norte-americana Hang on Sloopy) e Coisinha Estúpida (versão de Something Stupid), que consolidaram seu domínio nas paradas.

Lílian Knapp em carreira solo

Em 1968, a dupla Leno e Lílian chegou ao fim para começar a carreira solo de Lílian Knapp. Embora tenha se reunido brevemente com Leno em 1972 e 1973, quando lançou dois discos pela CBS, foi como artista solo que Lílian alcançaria seus maiores feitos.

Em 1975, ela voltou às paradas com Como Se Fosse Meu Irmão, uma composição de sua autoria em parceria com Márcio Augusto. O disco vendeu 500 mil cópias e ganhou ainda mais visibilidade ao integrar a trilha sonora do filme Pixote, de Hector Babenco.

O ápice de sua carreira solo veio em 1978, com o lançamento de Sou Rebelde, uma versão de Soy Rebelde, de M. Alejandro. A música explodiu em popularidade e vendeu cerca de um milhão de cópias entre 1978 e 1979.

Em 1979, veio outro grande sucesso: Uma Música Lenta, de Ed Wilson e Robert Livi, que alcançou vendas de aproximadamente 850 mil cópias em 1980. Esses hits catapultaram Lílian para uma turnê nacional e internacional, com apresentações na Argentina, Chile e Colômbia.

A partir dos anos 1980, Lílian expandiu seu alcance ao trabalhar como backing vocal com artistas do calibre de Gal Costa. Sua voz também serviu de base para composições gravadas por nomes como Sandra de Sá, José Augusto, Sandy e Júnior e Zezé di Camargo e Luciano.

Em 1992, Lílian lançou um disco pela RGE que reuniu tanto regravações de seus sucessos quanto novas interpretações. Três anos depois, ela voltou a se reunir com Leno para shows e gravações em homenagem aos 30 anos da Jovem Guarda, seguidos por uma grande excursão nacional em 1996.

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Em 2001, Lílian lançou de forma independente o CD Lílian Knapp, onde apresentou composições inéditas como Amores Vem e Vão, Forte Amor e Amor Próprio, além de regravar Devolva-me e uma versão de Deus é Quem Sabe, de Raul Seixas. Em 2002, ela relançou esse trabalho sob o título Lílian Barrie e adicionou a inédita Enrosca, de Gastão Lamounier.

Em 2007, Lílian surpreendeu ao formar o grupo de rock underground Kynna, com Luís Sérgio Carlini e seu marido Cadu Nolla, com um CD que explorava uma sonoridade mais crua e experimental no gênero rock and roll.

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