Em editorial publicado na manhã desta segunda-feira, 24, o jornal Folha de S.Paulo criticou a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), em anular todos os atos da Operação Lava Jato direcionados contra Antonio Palocci.
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Essa decisão gerou grande controvérsia, pois preservou o acordo de delação premiada firmado por Palocci, que exerceu os cargos de ministro da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministro da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff (PT). Palocci foi afastado de ambos os cargos por conta de diversos escândalos que marcaram sua trajetória.
No que tange à forma e ao conteúdo, o ato se assemelha à medida aplicada anteriormente em relação a Marcelo Odebrecht, diz o jornal.
“Trata-se, na forma e no conteúdo, de reprodução da medida determinada pelo magistrado em relação a Marcelo Odebrecht”, disse o editorial. “Em 2024, o empresário pleiteou a anulação de seu processo com base em irregularidades apontadas na investigação da Lava Jato depois de um hacker expor conversas da força-tarefa em Curitiba.”
Prejuízos causados pela decisão de Toffoli não são apenas materiais
Para o jornal, os prejuízos para o Brasil se mostram significativos e resultam das decisões tomadas de forma isolada por Toffoli.
“O mesmo magistrado ainda encontrou uma maneira de favorecer a companhia J&F, cujo processo nem passou pela vara federal de Curitiba, mas que contratou a esposa de Toffoli como advogada em um litígio empresarial”, escreveu a Folha de S.Paulo.
Esses fatos correspondem apenas aos prejuízos materiais. Em um aspecto mais abstrato, Toffoli compromete o patrimônio institucional dos órgãos de controle. Ele induz a crença de que combater a corrupção no Brasil representa uma tarefa impossível, marcada por fracassos constantes.
O post Toffoli livra Palocci da Lava Jato e causa ‘prejuízo para o Brasil’, diz Folha apareceu primeiro em Revista Oeste.