Ações de Moraes podem causar ‘conflito diplomático’, diz jurista

O Comitê Judiciário dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira, 26, uma proposta para vetar a entrada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no país. O texto, intitulado “Sem Censores nas Nossas Fronteiras”, ainda precisa ser votado no plenário da Câmara dos Representantes.

Congressistas norte-americanos articulam três medidas punitivas contra Moraes: sanções ao ministro, cassação de seu visto e uma visita de senadores dos EUA ao Brasil.

Segundo o deputado Rich McCormick, do Partido Republicano, o magistrado instrumentalizou o Judiciário para silenciar dissidentes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

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“Moraes também é uma ameaça para os EUA, ao censurar companhias norte-americanas, suprimir a liberdade de expressão e violar a soberania digital”, afirmou McCormick. “As táticas autoritárias dele demandam ação.”

O deputado refere-se ao embate entre o ministro e as plataformas Truth Social e Rumble. No caso do Rumble, a disputa também envolve o jornalista Allan dos Santos, cujo perfil Moraes ordenou excluir, além de exigir a entrega de seus dados de usuário.

Em entrevista à edição desta quarta-feira, 26, ao Jornal da Oeste, o jurista Rodrigo Marinho, diretor-executivo do Instituto Livre Mercado, argumentou que a ofensiva de Moraes contra Allan pode configurar a medida mais sensível para as autoridades norte-americanas.

Rodrigo acredita que “Moraes poderá ser punido pessoalmente ao tentar determinar que uma empresa com sede em outro país bloqueie e forneça dados de cidadãos norte-americanos ou residentes legais nos EUA para persegui-los de maneira totalmente ilegal”.

EUA rebetem Alexandre de Moraes

O Gabinete de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão do Departamento de Estado dos EUA, afirmou que a atitude do magistrado é “incompatível com valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, defendida pelo governo norte-americano.


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Rodrigo avalia que, embora o imbróglio internacional causado por Moraes não afete a jurisdição brasileira, pode levar à imposição de novas sanções contra o ministro. O jurista ainda destacou o começo de um “conflito diplomático”.

“A representação norte-americana no Brasil foi clara ao afirmar: temos um conflito evidente, não violem nossa soberania”, disse Rodrigo. “Com isso, eles estão se referindo a decisões absolutamente inconstitucionais de Moraes, que busca o bloqueio de Allan dos Santos em todo o mundo. Moraes nunca teve jurisdição fora do Brasil.”

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Ele esclarece que o impasse envolvendo o magistrado deveria ser resolvido pelo Senado Federal: “Essa é a Casa responsável pela fiscalização do STF, e ela não só poderia, como deveria, ter iniciado um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes”.

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