O governo do Brasil, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, tenta manter uma postura cautelosa para evitar a escalada de tensões diplomáticas com os Estados Unidos. A estratégia é responder de forma reativa a ações vindas da administração norte-americana, especialmente aquelas vistas como interferência nos assuntos internos do país. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
A gestão vê essa abordagem como essencial para evitar que o confronto beneficie a oposição política interna. Isso ocorre, pois a avaliação é de que o interesse sobre o tema é maior para os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro do que para a base.
Nesta quinta-feira, 27, a resposta oficial do Brasil para os Estados Unidos contou com a ciência prévia do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento faz menção ao caso entre o magistrado brasileiro e os integrantes do governo dos EUA, o presidente Donald Trump e o empresário Elon Musk, além de representantes da plataforma Rumble
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Conforme o Estadão, Moraes revisou o comunicado, elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores e pela Assessoria Especial da Presidência, junto com o presidente Lula.
Governo Lula acusa administração Trump e reafirma soberania

O documento acusa a administração de Donald Trump de distorcer decisões do STF. Também ontem, Moraes reafirmou a soberania nacional, mas sem citar qualquer órgão ou pessoa de fora do país.
“Reafirmo nosso juramento integral de defesa da Constituição brasileira e pela soberania do Brasil, pela independência do Poder Judiciário e pela cidadania de todos os brasileiros e brasileiras”, disse. “Deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e, com coragem, estamos construindo uma República independente e cada vez melhor.”
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O ministro é alvo de uma ação judicial nos EUA, movida pelas empresas Rumble e Trump Media, mas a Justiça americana rejeitou a ação. A decisão não analisou o mérito da questão, mas, sim, baseou-se na ausência de bases para avaliar as decisões de Moraes em território norte-americano.
Atenção às movimentações da oposição

Enquanto isso, o governo Lula está atento aos movimentos do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Ele tem visitado gabinetes do Congresso dos EUA, incluindo parlamentares ligados à América Latina.
A preocupação de Lula é que ele possa retomar o comando da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, de modo a transformá-la em um palco para a oposição.
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No Palácio do Planalto, há a percepção de que um confronto direto com a administração Trump poderia favorecer adversários políticos. Contudo, o governo não deixará de responder ao que considera “desinformações” e “ataques à democracia brasileira provenientes do exterior”.
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