A Justiça determinou que o governo de São Paulo pague uma indenização de R$ 30 mil a um idoso que foi submetido a uma cirurgia no Hospital Santa Marcelina, no bairro de Itaquera, na capital paulista.
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O paciente, diagnosticado com síndrome de Fournier, foi operado em junho de 2021. Dois meses depois, ele foi levado ao pronto-socorro devido a uma hemorragia. Ao ser examinado, descobriu-se que a equipe médica havia deixado uma esponja cirúrgica em sua cavidade abdominal.
Fixada à parede do abdômen, a esponja impedia o fechamento do corte e a cicatrização completa. O paciente precisou ser submetido, com urgência, a uma nova cirurgia, de acordo com a apuração do jornal Folha de S.Paulo.
Defesa do hospital diz que não houve dolo
Na ação judicial, os advogados do idoso afirmaram que, em uma tentativa de encobrir o erro, os médicos registraram no prontuário do paciente que ele havia passado por uma cirurgia plástica, sem mencionar o esquecimento da esponja.
Em sua defesa, o governo paulista alegou que o paciente recebeu o tratamento médico adequado e que nunca esteve desassistido, “não sofrendo sequelas ou danos estéticos e psicológicos”. O Estado alegou também que não houve dolo, ou seja, ação intencional.
Chega uma hora que o corpo cobra a conta da correria. Mas logo estarei bem e de volta à ativa, se Deus quiser! Recebi atendimento na Upa Júlio Tup, administrada pelo Hospital Santa Marcelina, em São Paulo. Muito obrigado ao médico Dr. Samir e às enfermeiras Adrieli e Kelly. pic.twitter.com/qG0UMTdBP1
— Guilherme Derrite (@DerriteSP) January 13, 2020
Porém, ao condenar o governo paulista, o juiz Marcelo Sérgio, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, afirmou que uma perícia comprovou a “falha técnica”.
“Destacou o laudo que houve falha na prestação do serviço e inobservância técnica capaz de produzir dano à vida e à saúde, especificamente pelo esquecimento de corpo estranho aderido à parede abdominal do paciente”, diz a sentença.
O juiz apontou ainda que o erro resultou em uma nova internação e cirurgia para remover o corpo estranho, além de drenagem abdominal, fistulotomia e reconstrução intestinal. O governo ainda pode recorrer da decisão.
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