Alauítas pedem proteção de Israel contra massacres na Síria

Os assassinatos de mais de 1 mil alauítas nos últimos dias, atribuídos ao atual governo da Síria, fizeram Israel novamente voltar as atenções para o país. Não apenas por suas preocupações em evitar que os conflitos se aproximem da fronteira, mas também pelo próprio apelo dos alauítas, que são a vertente do islã à qual pertence a família do ex-presidente sírio, Bashar al-Assad. O grupo, que é minoria, apelou pela ajuda de Israel.

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“Israel deve nos defender e atacar com sua força aérea todas as facções afiliadas a Al-Julani [novo presidente] na região costeira da Síria, incluindo Latakia, Tartus e seus subúrbios”, disse um morador alauíta, de região atacada no último fim de semana, ao jornal Israel Hayom.

“Nenhum país está respondendo aos nossos clamores, nem mesmo os russos, que estão em nossa terra há anos. Israel é o único que pode nos proteger.”

Ele considera o atual governo tão problemático quanto o anterior e teme que as perseguições passem a ser prática novamente.

“Estamos pedindo a você [Israel] e a todos”, disse o morador alauita. “Não o queremos [Al-Julani, o novo presidente]. Livre-se dele. Quando decidimos fazer protestos para derrubar o regime de Al-Julani, eles levantaram suas armas e abriram fogo contra os manifestantes. Espero que transmitam a mensagem de que este é um regime corrupto, assim como seu predecessor, um regime assassino e criminoso.”

Para os oficiais israelenses, dos quais muitos acreditam que os alauítas faziam parte do regime de Assad, o morador garante que “nem todos os alauítas apoiaram Assad.”

“Alguns foram forçados a apoiar, pois qualquer crítica a ele significava prisão ou execução. Os sunitas também apoiaram Assad e seu regime, não foram apenas os alauítas. Mas alguns dos alauítas mais pobres nunca estiveram do lado dele. Somente a elite rica do país e os ladrões como a família Assad e a família de sua esposa estavam realmente com ele.”

Segundo o morador, o genocídio está longe de terminar: “Os massacres não vão parar”, afirma, em tom de apelo. “Todo dia há um novo massacre. Parem-nos com seus ataques aéreos, e nós agradecemos. Eles estão nos matando, alvejando os alauítas. Nos xingaram, atiraram em nós, queimaram nossas propriedades. Estão forçando as pessoas, sob ameaça de morte, a entregar seu dinheiro, casas e carros.

Bombardeios contra alauítas

Ele afirma que essas são as facções de Al-Julani e outros colaboradores sunitas têm bombardeado a região.

“Estão jogando bombas de barril de aviões sobre nossas aldeias. Eles saqueiam casas e nos queimam vivos depois de realizar execuções em massa por disparos e massacres.”

Ahmed Hussein al-Shar’a tem o nome de guerra Abu Mohammad al-Julani. Ele assumiu o poder em 8 de dezembro, depois que seu grupo, o Tahrir al-Sham (HTS), tomou o controle de Damasco, colocando um fim nos 13 anos da Guerra da Síria.

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O presidente, que se diz interino, prometeu um governo de união nacional, mesmo tendo feito parte de grupos terroristas, como a Al-Nusra, braço da Al-Qaeda na Síria.

Depois dos massacres iniciados na última quinta-feira 6, al-Julani, ordenou neste domingo 9 a formação de uma “comissão independente” para investigar esta onda de violência.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, o número de mortos chegou a 973, dos quais a grande maioria eram alauítas.

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