O União Brasil intensifica esforços para assumir a Embratur e os Correios, depois da entrada de Gleisi Hoffmann na articulação política do governo.
Atualmente, Marcelo Freixo (PT-RJ) lidera a Embratur, enquanto Fabiano Silva dos Santos, associado ao grupo Prerrogativas e próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comanda os Correios.
A Embratur movimenta anualmente cerca de R$ 200 milhões, influenciando contratos e parcerias com o setor privado de eventos e turismo.
Em 2024, os Correios movimentaram aproximadamente R$ 16 bilhões, mas registraram um déficit de R$ 3,2 bilhões, o que foi alvo de críticas de Lula.
Demandas do União Brasil
O União Brasil comanda os ministérios das Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional.
No entanto, líderes do partido ressaltam que essas pastas oferecem pouco potencial para implementações municipais e reclamam das verbas limitadas, com orçamentos de R$ 1,07 bilhão e R$ 1,2 bilhão para Turismo e Comunicações, respectivamente, em 2025.
Com 59 deputados, o União Brasil é a terceira maior bancada na Câmara, mas não tem mostrado apoio sólido ao governo.
Na votação do pacote fiscal no final de 2024, dos 59 deputados, apenas 36 votaram a favor. Parlamentares do partido acreditam que, para melhorar o diálogo e garantir votos no Congresso, o governo precisa demonstrar maior “compromisso” com a bancada.
Interesses do PSD
O Ministério do Turismo também interessa ao PSD, que defende que a Embratur seja incluída em um acordo. O PSD argumenta ter maior presença no Nordeste, região com grande potencial turístico.
Entretanto, a estrutura interna do União Brasil apresenta desafios, com uma parte significativa dos parlamentares defendendo o afastamento do governo Lula e alinhamento com figuras como Jair Bolsonaro ou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
“Acredito que a maioria do partido está mais alinhada com o distanciamento com relação ao governo”, afirmou Mendonça Filho (União-PE) ao jornal O Globo. Marcelo Freixo destaca que o União Brasil manifesta interesse na Embratur desde o início do governo Lula, afirmando que “União Brasil tem interesse desde 2023. Mas essa é uma decisão do presidente”.
Negociações e reforma ministerial

Gleisi Hoffmann está conduzindo reuniões com líderes da Câmara, começando pelos partidos PT, PSB, PDT, PCdoB, Psol e PV, e organizando um jantar com líderes de centro, como PP, Republicanos e União Brasil. O objetivo é definir prioridades na agenda de votações e negociar o espaço dos partidos de centro no governo.
Além disso, Gleisi busca organizar uma nova fase da reforma ministerial em conjunto com o presidente da Câmara, Hugo Motta, com o aval de Lula. Ela também se encontrou com Isnaldo Bulhões (MDB-AL), cotado para a pasta de Relações Institucionais.
Enquanto isso, a liderança do governo na Câmara continua com José Guimarães (PT-CE). Petistas consideram improvável a saída de Guimarães, especialmente enquanto a presidência do PT ainda está em definição, com Edinho Silva (SP) sendo o mais cotado.
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