Durante a sua festa de aniversário em Brasília, celebrada na noite da terça-feira 11, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu revelou a estratégia da esquerda para permanecer no poder.
Conforme o petista, a primeira etapa é unir o Psol, PV, PDT e PCdoB ao Partido dos Trabalhadores (PT). “Todos, aqui, sabem que governamos em minoria”, constatou o ex-ministro de Lula, ao defender uma aliança em prol das bandeiras do PT. “Precisamos apoiar o governo do presidente Lula e cerrar fileiras com ele. A nossa agenda sustenta o Estado de bem-estar social e a democracia.”
No discurso, Dirceu advertiu para supostas ameaças à soberania nacional vindas dos Estados Unidos. De acordo com o petista, Lula está “sitiado” por uma “conjuntura internacional” que envolve a “extrema direita brasileira”, as big techs e o presidente Donald Trump.
Por isso, os partidos “progressistas” e de centro precisam ainda se unir em defesa do que Dirceu chamou de “interesses nacionais”.
José Dirceu critica articulações da direita brasileira

Segundo o ex-ministro, a esquerda deve se atentar para os “perigos” que vêm do estrangeiro.
“O momento que nós vivemos no mundo é um momento que os temores da guerra estão batendo, como nas décadas de 1920 e 1930, que o fascismo da extrema direita vai tomando governos de vários países”, disse.
Dirceu mencionou a articulação de parlamentares de direita com o governo Trump.
“Vão aos Estados Unidos pregar a traição nacional, a intervenção dos Estados Unidos, das big techs nos assuntos nacionais”, observou.
Ataques à operação Lava Jato
Para Dirceu, houve um rompimento do “pacto político democrático” em 2016, no impeachment de Dilma, e com a Lava Jato. “Sonham com o Brasil de Trump e de Milei para romper o pacto social”, disse. “Nós somos herdeiros dessas lutas dos trabalhadores e nós temos uma responsabilidade histórica.”
O ex-ministro criticou também o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Para Dirceu, há “setores da direita” se aproximando de Freitas, por ver nele um futuro presidente.
“Não tenhamos ilusões com as intenções e os objetivos do bolsonarismo”, disse. “E o pior: setores da direita brasileira começam a dormir com o inimigo e apresentam o Tarcíso como se fosse uma alternativa ao bolsonarismo quando, na verdade, ele é o próprio bolsonarismo. Para vencer as eleições de 2026, temos de governar agora. E todos, aqui, sabem que governamos em minoria.”
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