A declaração da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de que o próximo presidente não conseguirá governar com o atual arcabouço fiscal, revela uma profunda contradição dentro do próprio governo Lula. Afinal, foi essa gestão que elaborou e aprovou o novo regime fiscal, substituindo o antigo teto de gastos sob a justificativa de garantir responsabilidade fiscal e viabilizar investimentos sociais.
No entanto, menos de um ano após sua implementação, a ministra já admite que o modelo é insustentável. Essa constatação expõe a falta de planejamento e a total incoerência do governo em lidar com a realidade econômica do país. O que era apresentado como a solução para equilibrar as contas públicas agora é reconhecido como um obstáculo à governabilidade.
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O Brasil vive um cenário desafiador no contexto internacional, com riscos e oportunidades que exigem uma postura firme e estratégica para atrair investimentos e fortalecer a competitividade do país. No entanto, o desajuste fiscal resultante das escolhas equivocadas do governo tem mantido os juros em patamares elevados, prejudicando a geração de empregos e o crescimento econômico.
Neste contexto, ainda somos obrigados a ouvir declarações como a de José Dirceu, que recentemente disse “solte a grana, Narizinho”, em referência à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, cobrando ainda mais gastos públicos, sem qualquer preocupação com o equilíbrio fiscal. É justamente essa mentalidade irresponsável que afundou o Brasil em crises econômicas no passado e que agora ameaça levar o país novamente para o mesmo caminho.
Falta projeto econômico ao governo
A fala de Simone Tebet apenas escancara o descompasso interno entre os ministérios e a total falta de um projeto econômico sólido. O governo Lula, ao invés de buscar soluções concretas para controlar os gastos públicos e estimular o crescimento, prefere transferir a responsabilidade para o futuro, deixando o país à deriva.
O Brasil precisa de regras fiscais claras e previsíveis, que garantam o equilíbrio das contas públicas, a confiança dos investidores e a redução dos juros. No entanto, o atual governo segue preso a velhas práticas populistas e demagógicas, sem coragem para enfrentar os verdadeiros desafios econômicos do país.
Infelizmente, o preço dessa irresponsabilidade recai sobre a população, que sofre com a inflação, o desemprego e a falta de oportunidades. Enquanto isso, figuras influentes do governo continuam defendendo a ampliação de gastos públicos — como se o dinheiro surgisse do nada, ignorando completamente a realidade fiscal do país.
Diante desse cenário, a declaração de Simone Tebet não é apenas um reconhecimento do fracasso do arcabouço fiscal, mas a prova de que o governo Lula não tem compromisso com a estabilidade econômica do Brasil.
O post Jerônimo Goergen: ‘O governo criou o problema que agora critica’ apareceu primeiro em Revista Oeste.