Saiba quais são as exigências da Rússia para aceitar um cessar-fogo na Ucrânia

A guerra entre a Ucrânia e a Rússia pode ter sua primeira pausa depois de três anos de conflito. Os Estados Unidos apresentaram uma proposta de trégua de 30 dias, que recebeu a aprovação ucraniana depois de uma reunião entre delegações de Washington e Kiev na Arábia Saudita. No entanto, a adesão da Rússia permanece incerta.

Steve Witkoff, assessor de Donald Trump para Relações Internacionais, viajou a Moscou na tentativa de garantir o apoio do Kremlin. Em resposta, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, condicionou a aceitação do cessar-fogo a diversas exigências, incluindo o monitoramento da trégua ao longo da fronteira e a proibição de envio de armas para a Ucrânia durante o período.

As demandas do Kremlin

Putin apresentou três principais exigências para aceitar a trégua:

  • Reconhecimento dos territórios ocupados pela Rússia como parte do seu território;
  • Proibição da entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan); e
  • Impedimento do envio de tropas estrangeiras para o território ucraniano.

Esses pontos representam desafios complexos para as relações entre a Ucrânia, a Rússia e a comunidade internacional.

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A disputa por territórios entre a Ucrânia e a Rússia remonta a 2014, quando Moscou anexou a Crimeia e partes das Províncias de Donetsk e Luhansk. De lá para cá, a Ucrânia tem buscado recuperar essas regiões, embora a comunidade internacional não reconheça a soberania russa sobre as áreas.

Atualmente, a Rússia controla cerca de um quinto do território ucraniano, enquanto a Ucrânia tenta manter sua integridade territorial. Em meio às negociações de cessar-fogo, Donald Trump sugeriu que a cessão de algumas regiões para a Rússia está em discussão, como a Usina Nuclear de Zhaporizhzhia.

A polêmica da Otan

A possibilidade de adesão da Ucrânia à Otan sempre foi um ponto de tensão entre Kiev e Moscou. A aliança militar, criada em 1949, tem expandido sua influência — até mesmo sobre países do antigo bloco soviético, como a Polônia e a Hungria.

Moscou considera a entrada da Ucrânia na Otan uma ameaça direta à sua segurança, enquanto Kiev considera essa adesão estratégica e formalizou essa intenção em sua Constituição desde 2018.

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O envio de tropas estrangeiras para monitorar o cessar-fogo é outra questão polêmica. Países europeus, preocupados com o futuro da Otan e com o posicionamento de Donald Trump, propuseram a presença de soldados em solo ucraniano para garantir a trégua.

Potências europeias realizaram uma cúpula em Paris para discutir o rearmamento e a segurança regional, a fim de reduzir a dependência em relação aos EUA. O Reino Unido se mostrou disposto a enviar tropas assim que um cessar-fogo fosse implantado.

Entretanto, a Rússia encara essa movimentação com desconfiança, vendo-a como uma tentativa do Ocidente de reforçar sua presença militar na região.

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