Gamarra, ex-zagueiro paraguaio, culpa Luigi, do Palmeiras, por atos racistas

O ex-zagueiro paraguaio Carlos Gamarra, partiu em defesa do Cerro Porteño no caso das ofensas racistas proferidas por torcedores contra o jogador Luigi, do sub-20 do Palmeiras no dia 6 de março, no estádio Gunther Vogel, em Assunção. Para Gamarra, Luigi provocou a situação. O jogador Figueiredo, do Palmeiras, também foi ofendido. O paraguaio deu as declarações em entrevista à Rádio Nanduti-PAR.

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“Eu vi as imagens; houve provocação do jogador e uma reação lógica dos torcedores”, afirmou o ex-jogador, que atuou em equipes como Corinthians, Flamengo, Inter-RS e Palmeiras. “Quando você vai a um jogo, você tem que mostrar caráter.”


O caso ocorreu aos 36 minutos do segundo tempo. Ao ser substituído, Luigi discutiu com os torcedores e foi ofendido. O Palmeiras venceu por 3 a 0, pela Libertadores da categoria. O árbitro Augusto Menendez, alertado pelo jogador, não tomou atitude alguma, a não ser a de deixar o jogo seguir normalmente, relatou a CNN.

As falas de Gamarra geraram críticas imediatas nas redes sociais, com internautas ressaltando que racismo é crime no Brasil.

Na seleção paraguaia, Gamarra atuou em 110 partidas. É considerado por muitos o maior zagueiro da história do país.

Consagrou-se na Copa do Mundo de 1998, quando a seleção paraguaia chegou às oitavas-de-final e só foi eliminada na prorrogação pela anfitriã, França, no chamado gol de ouro.

O Paraguai empatou com a Bulgária (0 a 0), venceu a Nigéria (3 a 1) e empatou com a Espanha (0 a 0) na fase de grupos. Gamarra foi eleito o melhor zagueiro da competição, ao passar os quatro jogos sem fazer uma única falta, recorde histórico.

Em relação a Luigi, no entanto, ele entrou sem medo de “levar cartão”. Criticou inclusive o choro do jogador na entrevista pós-jogo, quando ele se queixou de ter sido xingado e levado cusparada, depois de uma discussão com torcedores no alambrado.

“Você não pode simplesmente chorar porque alguém fez um gesto ou diz algo para você, porque isso sempre acontece em campo”, atacou o ex-jogador paraguaio, que iniciou a carreira no Cerro Porteño, em 1991 e, depois de ficar no clube por um ano, retornou entre 1993 e 1995. “Esta é uma geração muito sensível.”

Palmeiras considerou branda a punição por racismo

Como argumento, Gamarra citou sua passagem no futebol brasileiro, tendo conquistado títulos pelo Inter-RS, Corinthians e Flamengo. Por suas palavras, admirava os jogadores negros por eles não se rebelarem contra xingamentos racistas.

“No Brasil, sempre tive companheiros negros, e eles nunca saíam do campo chorando porque eram gritados”, desabafou o ex-zagueiro. “Costumávamos chamá-los de ‘negão’ e nada acontecia. Era normal!”

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Três dias depois do ocorrido, o Cerro Porteño recebeu uma multa de 50 mil dólares (cerca de R$ 290 mil), da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), a ser ser paga em até 30 dias da notificação. A Conmebol também exigiu do clube paraguaio a publicação de uma campanha para conscientização contra o racismo em sua redes sociais.

O Palmeiras considerou a punição branda e acionou a Fifa para que o Cerro Porteño receba uma pena maior.

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