Em 2024, o Brasil registrou um recorde negativo de 731 acidentes na exploração de petróleo em alto-mar, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esse número, que equivale a dois casos por dia, ultrapassa os 718 incidentes de 2023 e os 598 de 2022 e se consolida como o maior desde o início das medições, em 2011.
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O crescimento das atividades no setor, com novas unidades de produção e mais perfuração de poços, contribuiu para o aumento dos registros. Entre os tipos de acidentes, a instalação de produção liderou, com 384 ocorrências, seguida por 134 incidentes em sondas.
As atividades relacionadas a embarcações de apoio e a exploração de poços registraram 91 registros cada. Já a instalação de sistemas submarinos teve 23 casos, enquanto oito não tiveram especificação quanto à origem.
Preocupações com a exploração de petróleo

O licenciamento do bloco 59, na foz do Amazonas, onde medidas propostas pela Petrobras foram rejeitadas pelo Ibama três vezes, tem como ponto central a segurança. A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que a conclusão de um centro de reabilitação de animais em Oiapoque (AP) ocorrerá este mês, com custos de R$ 150 milhões, conforme exigência do órgão ambiental.
Além dos acidentes, a ANP monitora “quase acidentes” — eventos sem danos, mas com potencial grave. Esse número subiu de 970, em 2022, para 1.375, no ano passado. Esses eventos “não resultaram em danos materiais, ambientais ou vítimas, mas poderiam ter levado a um acidente grave”.
Entre os acidentes danosos, destaca-se o vazamento de óleo na baía de Guanabara, em 2000. À época, um duto da Petrobras liberou 1,3 milhão de litros de óleo, o que afetou uma área de mais de 50 km². Outro caso foi o afundamento da plataforma P-36, em 2001, depois de explosões que resultaram na morte de 11 trabalhadores.
Outros casos
Em 2019, manchas de óleo atingiram mais de 2 mil km do litoral brasileiro, com vazamento do navio petroleiro Bouboulina, de bandeira grega. Em 2022, um vazamento de 158,3 metros cúbicos de óleo foi confirmado próximo ao FPSO Cidade de Anchieta, no Espírito Santo.
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Sobre o número atual de incidentes, a ANP comentou que entende a situação como “consequência do aumento da atividade no país, com a entrada de diversas unidades de produção ao longo do período analisado e ainda com a retomada forte da atividade de exploração e perfuração de novos poços e abandono de poços antigos”. O cenário faz com que aumente o número de sondas presentes no país.
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