A 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) vai ter pouca — ou nenhuma — utilidade para o dia a dia das pessoas, das empresas e dos governos. Essa é avaliação do engenheiro agrícola Evaristo de Miranda.
Em artigo para a Edição 263 da Revista Oeste, Miranda, que é ecólogo e foi pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária por mais de 40 anos, afirma que o evento, programado para ocorrer em novembro em Belém (PA), tem tudo para não ter público relevante.
“Boa parte do privado, inclusive do agro, prepara estrutionideamente sua participação na COP30”, estima o engenheiro agrícola. “Ignora as consequências da retirada dos EUA do Acordo de Paris e os desafios europeus com sua própria sobrevivência. Eles falarão para si mesmos, enquanto cresce o distanciamento da agenda climática por parte de países, empresas, bancos, instituições etc.”
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Na visão de Miranda, o evento a ter a capital paraense como sede deverá abordar assuntos que pouco têm a ver com compromissos de grandes corporações e governos de potências mundiais em relação à preservação do meio ambiente.
“A desidratada COP do financiamento da transição será, talvez e apenas, uma COP da Amazônia, ou da floresta, ou de seus povos originários ou imaginários”, escreve o articulista de Oeste. “Com pitadas coloridas de alegorias locais para tentar ofuscar a realidade.”
COP30 e COPs passadas
Para a edição 263 da Revista Oeste, Evaristo de Miranda foi além de analisar como deverá ser a COP30. Ele relembra o que ocorreu em conferências anteriores. Cita, por exemplo, que há histórico de compromissos que são anunciados durante os eventos, mas que não são postos em prática em nenhum momento. Alguns, conforme sinaliza, são anulados ou trocados por outros em alguma COP seguinte.
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