Pouco mais de muito

Outro dia, numa notícia sobre certo político infame -não vou dizer o nome, só as iniciais: Eduardo Bolsonaro-, um jornal informou que seu salário era de “pouco mais de R$ 46, 3 mil”. Embatuquei. Quanto será “pouco mais de R$ 46, 3 mil”? R$ 46.310? R$ 46.320? Pouco antes, eu lera vibrantes relatos de que Oscar, ex-craque do basquete, fizera “pouco mais de 49 mil pontos” e que sairia um novo dicionário “Aurélio” com “pouco mais de 200 mil palavras”. Se a ideia era enfatizar a grandeza dos números, não seria melhor dizer que Oscar chegara a “quase 50 mil pontos” e que o Aurélio teria “mais de 200 mil palavras”? O “pouco mais” não diminuía essa grandeza? Por que usá-lo? Porque, às vezes, escrevemos no piloto automático.
Leia mais (04/06/2025 – 08h00)
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