Diretor da Polícia Federal rechaça anistia: ‘Inaceitável não punir crimes dessa envergadura’

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, se posicionou contra o projeto de anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro de 2023. Para o diretor-geral, é “inaceitável” deixar impunes crimes dessa gravidade.

Ao participar de um painel ao lado do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na 11ª edição da Brazil Conference, neste sábado, 12, Andrei Rodrigues fez questão de ressaltar a gravidade dos fatos.

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“Havia um plano de assassinato do presidente da República, do vice-presidente da República e do presidente da nossa Corte Eleitoral”, alegou Andrei Rodrigues, sem provas. “Isso, por si só, deveria chocar e espantar todos.”

Ele citou também o caso que envolve a cabeleireira Débora dos Santos, de 39 anos, que pode ficar 14 anos na cadeia por ter escrito “perdeu, mané” na Estátua da Justiça.

“Não estamos falando aqui da maquiagem de uma estátua”, disse o diretor-geral da Polícia Federal. “Estamos falando de planos de assassinato, ruptura da nossa democracia, vandalismo, depredação de patrimônio público e histórico. Estamos falando de ataques às instituições do Estado do Brasil que trariam consequências inimagináveis.”

A estátua, o 'perdeu, mané' e Débora dos Santos: punição emblemática por parte dos ministros do STF | Foto: Reprodução/Twitter/X
A estátua, o ‘perdeu, mané’ e Débora dos Santos: punição emblemática por parte dos ministros do STF | Foto: Reprodução/Twitter/X

Diretor-geral da Polícia Federal explica por que é contra a anistia

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de responsabilizar os envolvidos na proporção da “gravidade dos crimes”. E pressionou o Congresso a rejeitar o projeto da anistia.

“Tenho o maior respeito e apreço pelo Congresso, que é o foro de debates e de proposituras legislativas, mas também tenho minha opinião muito consolidada”, disse Andrei Rodrigues. “Acho inaceitável não punir pessoas que cometeram crimes dessa envergadura.”

Durante o painel, Andrei Rodrigues foi interpelado sobre como sua proximidade com o governo poderia afetar a autonomia da Polícia Federal. Ele respondeu achar “engraçado” as suposições sobre sua relação pessoal com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao afirmar que a ligação é exclusivamente institucional.

“Esse é um cargo de confiança”, observou o diretor-geral. “E a confiança no trabalho das pessoas. Fico pensando se o presidente nomearia alguém que não confia nessa função, então precisa ter a confiança. Acho que a gente tem de terminar de vez com isso, de que há essa relação pessoal, que não tenho.”

Ataques à Lava Jato

Andrei Rodrigues alegou que a PF realiza seu trabalho com independência, sem levar em conta estatura política ou econômica. Ele acrescentou que, sob sua gestão, não há mais “espetáculos de operação” e fez diversas menções indiretas ao período da Lava Jato, que prendeu dezenas de bandidos e recuperou bilhões de reais para os cofres públicos.

“Vocês não vão ver presos algemados, sendo conduzidos, expostos à mídia”, disse Andrei Rodrigues. “Não tem imprensa na porta de pessoa que está sendo investigada pela polícia. Não tem prisões espetaculosas na rua, no trânsito, expondo indevidamente as pessoas. Não há entrevista coletiva, powerpoint. Me digam vocês o nome de um delegado de Polícia Federal hoje. O ‘Japonês da Federal’, o ‘Hipster da Federal’? Não tem. Porque recuperamos essa instabilidade, essa institucionalidade.”


Revista Oeste, com informações da Agência Estado

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