O deputado Pedro Lucas, filiado ao União Brasil, aceitou há duas semanas o cargo de ministro das Comunicações. Era uma espécie de caminho natural para manter a pasta sob o domínio do Maranhão depois da saída de Juscelino Filho. O anúncio foi formalizado pela ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria-Geral da Presidência).
A bancada maranhense é praticamente inteira ligada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. No caso de Lucas, a relação começou quando era vereador em São Luís, e Dino era governador. Ele foi chamado para um cargo na administração para a área de mobilidade urbana, saneamento e coleta de resíduos sólidos.
Qual a explicação para a recusa de Pedro Lucas na hora de assumir a cadeira? A resposta é que há uma crise aguda no União Brasil. Nascido do casamento entre o que restou do antigo PSL (sigla pela qual Jair Bolsonaro se elegeu em 2018) com o DEM (ex-PFL), o partido é uma bagunça. Grande parte das bancadas no Congresso, nas Assembleias e nos municípios nunca se sentiu confortável em aderir ao governo Lula da Silva. O comando do partido, entretanto, topou, de olho nos recursos dos ministérios, principalmente do Turismo.
Ocorre que, agora, diante da péssima popularidade de Lula, os parlamentares temem o prejuízo na campanha do ano que vem para a reeleição. Ademais, há o fator Ronaldo Caiado, governador de Goiás, que pode concorrer à Presidência e faz oposição a Lula.
Caso mantenha o ministério até abril de 2026, quando se fecham as torneiras do Orçamento, a indicação será feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), que será sempre a favor do governo, independentemente de qual for o governo.
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