Sindicato de oficiais de Justiça defende intimação em UTI

O Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil defenderam a intimação de Jair Bolsonaro na última quarta-feira, 23. A citação veio, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto o ex-presidente estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília.

Em nota oficial publicada nesta quinta-feira, 24, as entidades sindicais defenderam a atuação da servidora responsável pela citação. Segundo o texto, ela teria agido “com total observância da legalidade, estrito rigor técnico e absoluta imparcialidade”, ao cumprir mandado expedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

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As organizações afirmam ainda que a oficial de justiça limitou-se ao “cumprimento da ordem emanada da mais alta Corte do país”. O texto critica a “filmagem indevida e não autorizada” da atuação da servidora e classifica a divulgação do vídeo como “sensacionalista” e atentatória à “intimidade e honra funcional” da mulher.

Para os sindicatos, a publicação do vídeo da intimação de Bolsonaro “busca distorcer os fatos e comprometer sua imagem [da servidora] perante a sociedade”.


Embora diga entender que decisões judiciais “podem causar desconforto ou insatisfação às partes envolvidas, o que é natural no curso de processos judiciais”, o comunicado afirma também que manifestações contrárias devem vir “por meio dos instrumentos legais disponíveis”. De acordo com a nota, o vídeo atenta contra a dignidade da servidora no cumprimento de seu dever.

As entidades sindicais prometeram apoiar a servidora responsável pela citação de Bolsonaro e adotar “as medidas cabíveis para responsabilização de atos que visem constranger ou intimidar oficiais de justiça no exercício de sua função pública”. 


Lei proíbe intimação de doentes

Juristas e entidades da sociedade civil afirmam que a intimação de Bolsonaro na UTI viola o Código de Processo Civil brasileiro. O artigo 244 da legislação determina que “Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito […] de doente, enquanto grave o seu estado”. 

O ex-procurador da República Deltan Dallagnol e os juristas André Marsiglia e Fabricio Rebelo se manifestaram contra a intimação do ex-presidente pelo STF enquanto internado na UTI. Nesse contexto, a nota das entidades sindicais pode ser vista como tentativa de blindar a categoria diante de críticas legítimas à ação potencialmente ilegal.

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