Apesar da proibição expressa de tirar fotos do papa morto ou mesmo doente, alguns fiéis decidiram fazer selfies ao lado do corpo do sumo pontífice. As câmeras levantadas fizeram o Vaticano colocar alguns funcionários para tentar impedir as fotografias no velório do pontífice.
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O papa Francisco é o primeiro a morrer no exercício do cargo depois da popularização dos smartphones. Esses aparelhos tornaram as câmeras acessíveis de tal modo que é praticamente impossível imaginar alguém sem uma à disposição esteja onde estiver — inclusive no momento mais fúnebre da igreja.
Antes de Francisco
João Paulo II foi o último sacerdote a morrer no exercício do papado. Isso aconteceu em 2005 — os celulares com câmera já existiam, mas eram caros e bem menos populares. O IPhone, o mais famoso desses aparelhos, surgiu somente dois anos depois.
Além disso, as redes sociais ainda engatinhavam, quando comparadas ao tamanho de hoje. Em resumo: eram poucos os fiéis com ferramenta para fazer a imagem e os espaços para publicá-las ainda não estavam nas graças do povo. Diferente de hoje.
No ano anterior à morte de João Paulo II foram vendidos cerca de 30 milhões de smartphones. Em 2024, por sua vez, houve a compra de 1,2 bilhão de aparelhos.
Quanto às redes sociais, a principal delas era o Orkut — que já nem existe mais. O Facebook foi liberado além dos usuários das universidades norte-americanas apenas em 2006 — o mesmo ano do lançamento do Twitter, atual X. O Instagram ainda nem sequer estava sendo desenhado, ele entrou no ar em 2010. O TikTok também ainda nem era um projeto.
O papa das selfies
Até a Igreja resolveu transmitir o velório do papa pela internet. Francisco é o primeiro papa com perfil oficial no Instagram, rede social onde acumulou 10 milhões de seguidores. Além disso, o Vaticano mantém conta oficial para o cargo no X e para o serviço de notícias da Santa Sé no YouTube. Esse último, inclusive, transmite o velório do sumo pontífice ao vivo — nesse caso, as imagens são permitidas graças a um precedente na legislação apostólica. Aliás, com a vírgula, Agência de Notícias do Vaticano passou publicar fotos do sacerdote no caixão no Instagram.
O que diz a lei da igreja?
A proibição das fotografias do papa morto ou doente aparece no cânone 30 da Constituição Apostólica. Contudo, é possível conseguir uma permissão para fazer as imagens.
“Não é lícito a ninguém fotografar nem captar imagens, seja pelo meio que for, do Sumo Pontífice, quer doente na cama, quer já defunto, nem gravar em fita magnética as suas palavras para depois reproduzi-las”, diz a regra. “Se alguém, depois da morte do Papa, quiser tirar-lhe fotografias a título de documentação, deverá pedir para isso a autorização ao Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana, o qual, porém, não permitirá que sejam tiradas fotografias ao Sumo Pontífice senão revestido com as vestes pontificais.”
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