O Governo de São Paulo estima a geração de 9 mil empregos diretos e indiretos com a construção do túnel Santos-Guarujá, projeto pioneiro no Brasil. O leilão está marcado para 1º de agosto de 2025.
Com investimento previsto de R$ 6 bilhões, a obra será viabilizada por meio de parceria público-privada (PPP), com concessão de 30 anos, com construção, operação e manutenção do ativo.
A estrutura terá 1,5 km de extensão, com 870 metros submersos, e será composta por seis módulos de concreto pré-moldado. Contará com três faixas por sentido, uma delas adaptável ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), além de passagem para pedestres e ciclistas.
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O projeto, qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP), representa um marco para o desenvolvimento da Baixada Santista e atende a uma demanda histórica da população da região.
A futura concessionária será responsável por uma infraestrutura compatível com o tráfego de veículos leves, caminhões e transporte público, sem impactar as operações do Porto de Santos, o maior da América Latina.
Durante missão internacional na Dinamarca, Holanda e Noruega, o Governo de São Paulo apresenta o projeto a potenciais investidores, em reuniões com empresas especializadas em mobilidade e engenharia, como Ballast Nedam, TEC Tunnel, Ruter, LNS, Maersk, DFDS, Sweco, Immontec e Femern A/S.
Como vai funcionar o túnel Santos-Guarujá
A obra, aguardada há mais de um século, terá extensão de 1,5 km, sendo 870 metros submersos sob o canal do Porto de Santos, o mais movimentado do Brasil. O projeto inclui três faixas por sentido, espaço para pedestres e ciclistas, além de estrutura adaptada para receber Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
O túnel ligará o cais de Outeirinhos, em Santos, ao Linhão da Codesp, no Guarujá, a 21 metros de profundidade. A travessia, que hoje pode levar até uma hora por balsa, será feita em cerca de 1 minuto e 42 segundos. A nova ligação deve aliviar a Rodovia Cônego Domênico Rangoni, reduzir em 70% o uso das balsas e cortar em 53% a emissão de dióxido de carbono.
A obra usará o método de elementos imersos: seis módulos de concreto armado serão construídos em uma doca seca, flutuados até o local e posicionados no leito do canal. A técnica permitirá manter o tráfego de navios durante a construção, sem afetar o funcionamento do Porto de Santos, que também prevê o aprofundamento do canal.

O investimento total da obra é estimado em R$ 5,8 bilhões, dividido igualmente entre os governos federal e estadual, com recursos previstos no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O edital de licitação foi lançado em fevereiro de 2025, com o leilão programado para agosto do mesmo ano. A previsão de entrega da estrutura é para 2031.
Além dos ganhos em mobilidade urbana, o projeto inclui a realocação de cerca de 700 famílias que vivem em palafitas próximas ao estuário e a criação de novas áreas de cais, o que favorece o aumento de empregos no porto. A integração com o futuro Aeroporto Regional do Guarujá também faz parte dos planos de desenvolvimento da região.
O túnel terá cobrança de pedágio semelhante à tarifa atual das balsas: R$ 12,30 para veículos de passeio em dias úteis, enquanto pedestres serão isentos. Com a conclusão da obra, espera-se uma transformação profunda no deslocamento e na dinâmica logística entre Santos e Guarujá, o que consolida ainda mais a importância estratégica do Porto de Santos para o Brasil.
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