Há séculos, o Japão encanta viajantes do mundo inteiro. Com sua culinária ancestral, paisagens inesquecíveis e o equilíbrio entre tradição e modernidade, o país se firmou como um destino cultuado. Ali, a delicadeza se manifesta nos detalhes: no som do trem chegando pontualmente, na reverência de um transeunte, no cuidado silencioso com o cotidiano.
Apesar da alta tecnologia e do ritmo acelerado, a valorização das tradições nunca se perdeu. Nos últimos anos, porém, conforme reportagem da Revista Casa Vogue, o Japão enfrentou um fenômeno inesperado: um aumento expressivo no número de turistas. O fluxo supera até as projeções mais otimistas.
Os recordes do Japão
Entre templos lotados, ruas congestionadas e moradores exaustos, o país não deseja afastar os visitantes, mas quer encontrar principalmente uma nova maneira de recebê-los. Nesse sentido, essa situação pode mudar a experiência de viagem nos próximos anos.
Em 2024, o Japão quebrou seu próprio recorde, ultrapassando a marca de 36 milhões de turistas internacionais. O número vai além do cenário anterior à pandemia e impulsionou a economia local. O quadro, contudo, trouxe da mesma forma consequências indesejadas para a vida cotidiana, especialmente em cidades como Tóquio, Kyoto e Osaka.
Mudanças começam já em 2025
As queixas variam entre excesso de lixo, barulho e ruas superlotadas. Há ainda preocupações mais profundas, como a perda da essência cultural e o desrespeito às normas locais. Em Kyoto, por exemplo, bairros históricos como Gion foram transformados em atrações turísticas desenfreadas, onde gueixas são perseguidas por turistas com câmeras.
Neste ano, o Japão pretende iniciar uma série de mudanças para tentar equilibrar o turismo com a preservação da cultura. Uma das principais novidades será a implementação do “Jesta”, que é Sistema Eletrônico Japonês para Autorização de Viagem. Trata-se de um controle semelhante ao “Esta”, vigente nos Estados Unidos e que funciona como um filtro de pré-entrada para os visitantes.
Isso significa que viajantes de países que antes não precisavam de visto agora terão de solicitar uma autorização digital antes de embarcar para o Japão. A medida visa gerenciar melhor o fluxo de turistas e preservar a qualidade de vida dos moradores, além de proteger o patrimônio cultural que torna o Japão um destino tão único.
As medidas preveem ainda aumento de impostos turísticos. Por exemplo, em Kyoto, a tarifa mais alta de hotel passará de 1.000 para 10.000 ienes por noite. Além disso, haverá restrições de acesso a locais icônicos e a descentralização do turismo.
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