Governo Lula nomeia aliados para conselhos de estatais e amplia rendimentos no Executivo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou 323 aliados para conselhos de administração e fiscais de estatais e empresas privadas com participação da União. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou as informações nesta segunda-feira, 28.

Esses postos, que garantem rendimentos adicionais apenas pela participação em reuniões periódicas, elevaram contracheques de ministros, assessores, dirigentes partidários e aliados do Congresso.

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Com a inclusão dos jetons, os vencimentos podem superar R$ 80 mil. Segundo o Planalto, as indicações atendem às exigências da Lei das Estatais e passam por comitês de elegibilidade.

O mapeamento, feito com base na Lei de Acesso à Informação e documentos dos ministérios, revelou que foram beneficiados aliados de Lula, lideranças do Congresso, ministros e dirigentes do PT.

Conselheiros exercem funções em colegiados estratégicos, mas parte dos nomeados não possui experiência técnica compatível.

Casos como o de Débora Raquel Cruz Ferreira, chefe de gabinete da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, ilustram a tendência. Jornalista de formação, ela atua no conselho da EMGEPROM, empresa ligada à Marinha.

Lucas Monteiro Costa Dias, bacharel em história e assessor da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, foi indicado para o conselho fiscal da Caixa Cartões, recebendo R$ 5,4 mil mensais em jetons.

Indicações partidárias de Lula espalham por estatais e subsidiárias

O Ministério de Portos e Aeroportos indicou Felipe Matos, secretário de Desenvolvimento Econômico de Recife, para a Companhia Docas do Rio Grande do Norte. Apesar de não ter experiência em administração portuária, sua ligação com lideranças do Republicanos garantiu a vaga.

Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, também foi nomeada para o conselho de administração da Tupy, metalúrgica da qual o BNDES é acionista. A empresa distribuiu R$ 4,28 milhões em jetons em 2023, equivalente a R$ 39 mil por mês para cada conselheiro.

Carlos Lupi, ministro da Previdência, e Vinícius Marques de Carvalho, da CGU, também acumulam postos em conselhos da Tupy e da Brasilcap, podendo elevar seus rendimentos a R$ 83 mil. No Congresso, a prática se repete.

Ana Paula de Magalhães, chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e Micheline Xavier Faustino, assessora de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ocupam postos em conselhos da PPSA e da Eletronuclear, com jetons de R$ 13,7 mil e R$ 12,7 mil, respectivamente.

Mariangela Fialek, ex-assessora de Arthur Lira (PP-AL), hoje ligada a Hugo Motta (Republicanos-PB), está na Brasilcap. Fábio Coutinho, chefe de gabinete de Otto Alencar (PSD-BA), assumiu cargo na Nuclep, estatal da área de energia e defesa.

Dirigentes do PT também garantem espaço em estatais

A tesoureira nacional do PT, Gleide Andrade, atua no conselho da Itaipu Binacional. Ex-deputados Jorge Bittar e Maurício Quintella Lessa também garantiram postos, na Telebrás e no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).

O sistema também beneficia ministros em empresas como Itaipu e no Sistema S. Fernando Haddad, Rui Costa, Alexandre Silveira, Esther Dweck e Mauro Vieira são membros do conselho de Itaipu, com jetons de R$ 34 mil por reunião.

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Luiz Marinho (Trabalho) e Alexandre Padilha (Saúde) ocupam postos no SESC, com ganhos superiores a R$ 28 mil mensais. Camilo Santana (Educação) atua no SENAC, recebendo R$ 21 mil. Jorge Messias, da AGU, é conselheiro da Brasilprev. Sônia Faustino Mendes, interina nas Comunicações, atua nos Correios.

Simone Tebet (Planejamento) participa do conselho fiscal da Elo Serviços, enquanto Dario Durigan, número 2 da Fazenda, ocupa vaga no conselho fiscal da Vale.

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