Em meio ao escândalo que expôs um esquema bilionário de fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) protocolou um pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de apurar responsabilidades e identificar os envolvidos.
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Em entrevista ao Jornal da Oeste nesta quarta-feira, 30, o parlamentar afirmou que o caso configura “roubo dos que menos ganham, dos que precisam desse pouco recurso”, e classificou o episódio como mais um marco de corrupção no governo petista: “Houve o mensalão, o petrolão e agora surge o descontão.”
Segundo Chrisóstomo, a decisão de apresentar o requerimento para abertura da CPI ocorreu depois de tomar conhecimento direto de um caso durante uma visita a Rondônia. “Estava ao lado de um prefeito e estávamos ouvindo as notícias na quarta-feira passada e ele disse: ‘eu fui roubado mesmo sem eu saber’”, revelou.
O deputado denuncia a omissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi, a quem acusa de inação deliberada diante das irregularidades. “[Lupi] declarou ontem aqui na Câmara dos Deputados que tinha conhecimento do roubo que estava ocorrendo no INSS”, destacou. “A pergunta fica: ministro, por que o senhor não fez nada para resolver o problema?”
A oposição afirma já ter reunido o número mínimo de assinaturas necessárias para a abertura da comissão (confira os nomes abaixo), mas o andamento da CPI depende de decisão da presidência da Câmara dos Deputados.
Pressão sobre Hugo Motta para pautar CPI do INSS
Durante a entrevista, o deputado mencionou diretamente o presidente em exercício da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que teria sinalizado que há outras 11 CPIs em aguardo na fila de análise.
“Será que o Hugo Motta vai ficar contra os aposentados e pensionistas do Estado da Paraíba?”, provocou Chrisóstomo. “Porque isso impacta em todas as famílias da Paraíba. Eu acredito que o nosso presidente Hugo Motta vai encontrar uma forma de trazer para a pauta essa CPI”.
O parlamentar destacou ainda que mais de 60% das vítimas identificadas até o momento são do Nordeste, o que amplia a pressão sobre parlamentares da região. Segundo o deputado, mais de 6 milhões de pessoas já teriam sido afetadas.

Ele associou o impacto do escândalo ao futuro eleitoral dos congressistas e disse que “quem deixar de agir, vai deixar de agir a favor dos aposentados, dos pensionistas, dos doentes que estão numa cama, dos que têm problema de visão, dos surdos”.
A entrevista foi encerrada com um recado direto: “Quem não agir vai contra os aposentados”. Para Chrisóstomo, o avanço da CPI é uma questão de justiça social e sobrevivência política. Ele concluiu com a esperança de um acordo entre as lideranças partidárias para que a comissão avance. “Com certeza, nós vamos encontrar uma forma de resolver isso”.
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