O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se encontrar com o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, durante sua visita à Rússia, que começa na próxima quinta-feira, 8.
Lula e o aliado de longa data participam das celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória, que comemora a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Os dois foram convidados pelo presidente russo, Vladimir Putin, de que Maduro é muito próximo politicamente.
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O evento ocorrerá na sexta-feira 9. O encontro entre Lula e Maduro será o primeiro desde as eleições na Venezuela, em julho de 2024. Organizações independentes internacionais comprovaram as denúncias da oposição de que Maduro fraudou os resultados — isso depois de vários candidatos terem sido impedidos de disputar a eleição. Mesmo assim, a ditadura proclamou Maduro presidente, pelo terceiro mandato seguido.
Na ocasião, Lula afirmou inicialmente que não havia “nada de anormal” no processo eleitoral venezuelano, mas optou por aguardar os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Posteriormente, o Brasil, juntamente com México e Colômbia, pressionou pela divulgação das atas de votação para garantir transparência.
As atas nunca foram divulgadas. Apesar disso, o governo Lula reconheceu a vitória do ditador: o Brasil enviou a embaixadora brasileira em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira, para representar Lula na posse.
A relação entre Lula e Maduro
Antes das eleições, Lula frequentemente defendia Maduro. Em maio de 2023, Maduro visitou o Brasil para uma reunião bilateral com Lula. Mesmo sob críticas internacionais de violação de direitos humanos em seu país — com perseguição de opositores, censura e imposição de medidas que levaram à maior crise migratória da região — Maduro foi recebido com honras de chefe de Estado por Lula.
| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na época, Lula declarou que as acusações de ditadura contra o regime venezuelano eram uma “narrativa”. Países como Chile e Uruguai reagiram. Na ocasião, Lula, para defender sua proximidade com o ditador do país vizinhos, também disse que o conceito de democracia era “relativo”. “A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim”, declarou.
Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil rompeu relações com a ditadura da Venezuela.
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