PT lança cartilha para ‘refutar’ vídeo de Nikolas sobre INSS

O Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou uma estratégia para tentar refutar um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que acusa o governo Luiz Inácio Lula da Silva de se manter inerte diante das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Com o objetivo de enfrentar essa disputa de narrativa, o PT distribuiu uma cartilha de 30 páginas a seus deputados, intitulada “Desmentido Nikolas Ferreira – INSS”. A informação é do jornal O Globo.

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De acordo com a publicação, a cartilha contrapõe as falas do deputado, ponto a ponto, e sugere argumentos que os parlamentares petistas podem usar em debates públicos e redes sociais.

Essa abordagem foi alinhada com o Palácio do Planalto, que considera que a resposta deve vir dos deputados da base governista, dispensando uma reação institucional pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).

Os argumentos do PT contra o vídeo de Nikolas

Depois de Nikolas sugerir que a atual gestão culparia o governo de Jair Bolsonaro (PL) por irregularidades, o documento argumenta que “a maioria dos envolvidos no escândalo eram servidores nomeados na gestão de Bolsonaro”, listando quatro nomes do governo anterior.

A cartilha também orienta sobre a ausência de ação da Polícia Federal para investigar o caso durante o mandato de Bolsonaro e destaca “personagens-chave” da fraude com vínculos com o ex-presidente.

O posicionamento é reforçado por membros do atual governo. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nas redes sociais que as fraudes começaram sob Bolsonaro e que é preciso “esclarecer a verdade”, criticando as “mentiras oportunistas” da oposição.

O escândalo do INSS

Fachada do INSS em Brasília - 2.11.2023 | Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Fachada do INSS em Brasília – 2.11.2023 | Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) foi realizada para desmontar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. O chefe do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado pela Justiça e demitido pelo presidente Lula.

A operação contou com centenas de agentes e revelou um esquema nacional de cobranças ilegais ligadas a associações de aposentados. Estima-se que os descontos irregulares somem R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 — valor que ainda está sendo apurado.

Segundo a CGU, esse tipo de desconto existe desde os anos 1990. Entre 2016 e 2021, os valores variavam de R$ 400 milhões a R$ 550 milhões por ano.

Em 2022, subiram para R$ 706 milhões, saltaram para R$ 1,3 bilhão em 2023 e chegaram a R$ 2,6 bilhões em 2024. Os beneficiários eram cobrados como se tivessem se associado a entidades, sem dar autorização.

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