O vereador Guilherme Kilter (Novo), de Curitiba, afirmou nesta quinta-feira, 8, que as denúncias sobre descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pelo INSS configuram um escândalo de grandes proporções que exige resposta imediata do governo federal.
Em entrevista ao Jornal da Oeste nesta quinta-feira, 8, ele detalhou a ação popular protocolada por ele e pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), na qual exigem explicações do presidente Lula e responsabilização dos envolvidos.
“O governo precisa se responsabilizar”, afirmou o vereador. “Inicialmente se falava em R$6,3 bilhões de reais de descontos não autorizados para associações, para sindicatos […] depois o valor já subiu, já se fala em R$90 bilhões […] e ontem a imprensa já soltou que isso poderia também chegar a R$200 bilhões de reais.”
A ação judicial pede, entre outros pontos, o afastamento de autoridades, anulação de atos administrativos que permitiram os descontos, suspensão imediata de pagamentos suspeitos e o ressarcimento das vítimas.
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Segundo Kilter, o juiz federal responsável pelo caso, Valdemar Cláudio de Carvalho, “deu 48 horas para o governo se explicar” e determinou que o Ministério Público Federal acompanhe a investigação.
“O principal pedido da [ação] era o afastamento do Carlos Lupi, ele pediu demissão antes, mas também tem outros pedidos”, explicou. Kilter observou que o afastamento não foi suficiente: “O Lula fez essa troca só pra inglês ver, porque ele pegou o braço direito do Lupi também, do PDT, e colocou no Ministério da Previdência.”
“Tudo que a gente vê aí nessa questão do INSS fede”, diz Kilter
Perguntado sobre a legalidade das entidades beneficiadas com os repasses, o vereador foi enfático: “Tudo que a gente vê aí nessa questão do INSS fede, cheira mal, é complicado, tem ilegalidade pra todo lado que você olha, em todo lugar que você pisa.”
A ação também pede que sejam anulados os atos administrativos que permitiram os descontos, como a queda de uma medida provisória do governo Bolsonaro que buscava impedir fraudes. “Esse tipo de coisa é o que faz com que essas associações e sindicatos possam fazer esses descontos automáticos”, argumentou o vereador.

Durante a entrevista, Kilter também lembrou que não é a primeira vez que recorre à ação popular. Ele já havia ajuizado uma ação contra o que classificou como “gabinete paralelo da Janja”, mas, segundo ele, “foi difícil comprovar alguma coisa […] já que está tudo em sigilo”.
A decisão do juiz, que reduziu o prazo de resposta do governo de cinco dias úteis para 48 horas, foi vista por Kilter como sinal positivo: “Me deixa muito otimista em relação à visão da urgência do juiz sobre esse caso”, disse. “A gente fica esperançoso de que de fato ainda existem bons juízes no país corajosos pra fazer o que é certo.”
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