Ex-candidato do PT que tentou esfaquear vereador assediava mulheres em igreja

O homem que tentou invadir o gabinete e esfaquear o vereador Carlão Pelo Bem (PL) na Câmara Municipal de João Pessoa, na última semana, já vinha causando temor em ambientes religiosos da capital paraibana. Segundo o parlamentar, José Belo — ex-candidato a deputado estadual e vereador pelo PT — assediava mulheres em banheiros femininos dentro de uma comunidade católica frequentada por fiéis e voluntários.

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“Por mais de três vezes ele havia entrado no banheiro feminino da comunidade onde eu participo”, revelou Carlão em entrevista a Oeste. “As mulheres ficaram assustadas, vieram conversar comigo e com outros rapazes. Ele só não foi preso porque, no dia, preferimos evitar um constrangimento ainda maior em plena celebração religiosa.”

Segundo o vereador, Belo também costumava coagir mulheres que trabalhavam voluntariamente na venda de alimentos para arrecadar fundos à igreja. “Ele ficava pressionando, assustando e, às vezes, até ameaçando as mulheres que estavam no caixa vendendo cachorro-quente e refrigerante”, relatou. “Criou um ambiente completamente insalubre. A comunidade estava com medo dele.”

A situação se agravou quando Carlão tentou intervir pessoalmente. “Fui conversar com ele, pedi que parasse com aquilo”, disse o vereador. “Ele tentou me agredir, desferir um soco. Consegui me defender. Sou faixa preta em jiu-jitsu, mas agi com cautela e pedi que ele se retirasse. Disse que respeitasse o ambiente sagrado e parasse de entrar no banheiro feminino.”



Invasão à Câmara e ataque

De acordo com Carlão, depois do episódio na comunidade religiosa, José Belo passou a procurá-lo insistentemente na Câmara Municipal. “Soube que ele esteve lá três vezes me procurando. Na última quinta-feira, 15, fiz um discurso duro denunciando os escândalos de corrupção do PT e, logo depois, ele invadiu meu gabinete”, disse.

O vereador afirma que Belo não se identificou nem pediu acesso. “Ele empurrou um assessor e entrou gritando”, revelou. “Disse que tinha sido candidato pelo PT e que eu não gostava do partido. Quando respondi que não era só eu, mas todo contribuinte que via seu dinheiro sendo jogado no lixo, ele perdeu o controle.”

Segundo o parlamentar, o episódio foi precedido por uma sessão tensa no plenário. “Um vereador do PT se exaltou, bateu na mesa e disse: ‘Agora vai ter cacete’”, relembrou o parlamentar. “Isso está tudo registrado nos anais da Câmara. Depois disso, meu gabinete foi invadido por um militante da esquerda armado com uma faca. E ainda querem relativizar esse ato?”

Militante com histórico conhecido

José Belo já foi candidato a deputado estadual e vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e aparece em vídeos fazendo o gesto do “L”, símbolo da campanha de Lula, ao ser questionado sobre a tentativa de esfaquear Carlão. Depois da tentativa de agressão, ele tentou justificar o porte da faca alegando que seria para defesa pessoal, e culpou a falta de detectores de metais na Câmara pela entrada com a arma branca.

“Ele sabia o que estava fazendo”, enfatizou o vereador. “Ele entrou com faca. Entrou armado. Invadiu um gabinete. Isso é crime. Se fosse o contrário, se fosse alguém ligado à direita invadindo o gabinete de um vereador do PT com uma faca, a manchete da grande imprensa já estava pronta: violência bolsonarista. Mas como é um militante da esquerda, fazem silêncio.”

PT se cala ou relativiza

O PT limitou-se a afirmar que José Belo não é mais filiado ao partido. A nota assinada pelas direções estadual e municipal tentou justificar o episódio como “reflexo da violência da direita”, o que gerou indignação entre vereadores da oposição.

“Isso é um absurdo”, diz Carlão. “O mínimo que o PT deveria fazer era se retratar, lamentar e pedir desculpas por ter dado legenda a uma pessoa como essa.”

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