Israel amplia controle sobre Gaza e libera ajuda para evitar fome

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirma que Israel pretende assumir o controle total da Faixa de Gaza. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 19, enquanto o Exército intensifica a ofensiva contra o grupo terrorista Hamas.

Ao mesmo tempo, o governo israelense autorizou a entrada de uma quantidade limitada de alimentos na região palestina, com o objetivo de conter o avanço da fome e evitar desgastes internacionais.

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“Não devemos deixar que a população caia na fome, nem por razões práticas, nem por razões diplomáticas”, afirmou Netanyahu em vídeo divulgado em sua conta oficial.

Segundo ele, aliados de Israel deixaram claro que não aceitariam imagens de fome em massa circulando pelo mundo. Além disso, o Exército de Israel anunciou no fim de semana uma nova operação militar em Gaza, com “amplos bombardeios” e mais de 160 alvos atingidos.

O objetivo é desmantelar o Hamas, responsável pelos ataques de 7 de outubro de 2023, que mataram mais de 1,2 mil israelenses e resultaram no sequestro de 251 pessoas. Atualmente, 57 seguem em cativeiro.

A ofensiva segue diretrizes definidas pelo gabinete de segurança de Israel no início de maio, que incluem a conquista do território e o deslocamento de parte da população palestina.

“Os combates são intensos e estamos progredindo”, disse o premiê. “Tomaremos o controle de todo o território da Faixa. Não vamos ceder. Mas para ter sucesso, temos que agir de forma que não nos detenham.”

Fome e bloqueio em Gaza aumentam pressão internacional

Desde 2 de março, Israel mantém um bloqueio quase total sobre Gaza, impedindo a entrada de insumos básicos. A medida visa restringir o acesso do Hamas a recursos, mas também afeta a população civil.

A Organização Mundial da Saúde alerta para o risco iminente de fome, afirmando que cerca de 2 milhões de pessoas sofrem com a escassez.

O gabinete de Netanyahu argumenta que o país deve permitir a entrada de alimentos básicos, mas promete agir para impedir que o Hamas se apodere da ajuda.

No entanto, autoridades internacionais pressionam por um acordo de cessar-fogo e por maior acesso humanitário. Israel e Hamas mantêm conversas indiretas mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos, mas não houve avanços.

As únicas tréguas desde o início da guerra ocorreram no fim de 2023 e no início deste ano. Ambas foram interrompidas depois do reinício das operações militares israelenses.

Enquanto isso, os bombardeios continuam. Nesta segunda-feira, as equipes de emergência de Gaza relataram 22 mortes em diversos pontos do território. O Exército de Israel afirmou ter atingido postos de mísseis e estruturas subterrâneas ligadas ao Hamas.

Reações internacionais se multiplicam

A resposta global à escalada da guerra ganhou força nos últimos dias. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, pediu que a comunidade internacional diga “basta” ao governo israelense.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defendeu mais pressão sobre Tel Aviv para interromper o que chamou de “massacre”.

O novo papa, Leão XIV, também se manifestou. Sem adotar partidarismo, pediu, em sua primeira missa pública, orações pelas vítimas da guerra.

“Não podemos esquecer dos irmãos e irmãs que sofrem por causa da guerra”, disse o pontífice. “Em Gaza, as crianças, as famílias, as pessoas idosas que sobrevivem, sofrem fome.”

De acordo com o Ministério da Saúde local, 3.193 pessoas morreram desde 18 de março, elevando o total de mortes para mais de 53.339 desde o início do conflito.

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A ONU considera os números confiáveis, apesar de serem fornecidos por autoridades ligadas ao Hamas.

Netanyahu afirma estar disposto a negociar uma trégua, mas sob condições rígidas: desarmamento total do território e exílio das lideranças terroristas. O grupo, em contrapartida, rejeita esses termos.

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