Gripe aviária: Goiás declara situação de emergência zoossanitária

A partir da confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul, o Estado de Goiás adotou medidas preventivas e declarou situação de emergência zoossanitária no último sábado, 17.

O decreto foi oficializado depois de uma orientação da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

Mesmo sem registros da doença em seu território, o governo goiano busca fortalecer a vigilância e garantir respostas rápidas diante do avanço da gripe aviária no país. A decisão abrange não apenas granjas comerciais, mas também propriedades de subsistência e aves silvestres.

O H5N1 é uma variação da gripe comum, altamente letal para aves. Em granjas, onde há muitos animais juntos, ele se espalha ainda mais rápido. O vírus é antigo — foi identificado em gansos em 1996. No Brasil, os primeiros casos em aves silvestres surgiram em 2023.

Reforço das recomendações nacionais

A medida segue as recomendações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que, por meio da Portaria nº 784/2025, prorrogou por mais 180 dias a emergência zoossanitária nacional, originalmente decretada em 2023.

Goiás já havia adotado uma postura semelhante em agosto de 2023, com o Decreto nº 10.297, renovado algumas vezes desde então.

O novo decreto, válido por 180 dias, visa a aprimorar a integração entre órgãos públicos e setores privados, intensificando ações de biossegurança e controle sanitário.

“Essa é uma medida estratégica e necessária”, afirmou o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, em entrevista ao portal G1. “Goiás tem um papel relevante na avicultura nacional e precisamos proteger nossos plantéis e nossa economia.”

Nove destinos internacionais vetam frango do Brasil por gripe aviária

Medida de emergência no RS: objetivo é impedir que o risco de contaminação se alastre pelo Estado | Foto: Divulgação/Ministério da Agricultura
Exportações de frango e derivados foram suspensos | Foto: Divulgação/Ministério da Agricultura

O Brasil perdeu o status de único grande exportador mundial livre da gripe aviária. Depois da confirmação do primeiro foco da doença em uma granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul, o governo suspendeu exportações de frango e derivados para nove mercados, incluindo China, União Europeia e Coreia do Sul.

Segundo o Ministério da Agricultura, países como Chile, México e Argentina bloquearam as compras de todo o território nacional. Já Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes aplicaram embargos apenas à cidade gaúcha afetada, o que mantém ativa a exportação de produtos de outras regiões.

Com cerca de 64 mil habitantes, Montenegro fica a 60 quilômetros de Porto Alegre e abriga a granja onde morreram cerca de 17 mil aves. O Ministério confirmou que a maior parte dos animais sucumbiu ao vírus H5N1. Outras aves foram abatidas para impedir a propagação da doença.

A rápida disseminação forçou a decretação de emergência zoossanitária em um raio de 10 quilômetros da granja, com vistorias intensificadas na região. A infecção marca uma mudança de patamar no combate à doença no país: até então, só havia registro em aves silvestres.

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