Justiça dá 20 dias para governo explicar gastos com viagens de Janja

A Justiça Federal determinou, nesta segunda-feira, 19, que o Governo Federal e a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, prestem esclarecimentos sobre despesas realizadas em viagens internacionais custeadas com recursos públicos.

A decisão é do juiz Leonardo Tavares Saraiva, da 9ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, no âmbito de uma ação movida pelo vereador Guilherme Kilter, de Curitiba, e pelo advogado Jeffrey Chiquini, ambos filiados ao Partido Novo.

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Segundo os autores, a primeira-dama participou de diversas agendas internacionais através de estrutura pública, como aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e diárias em hotéis, sem ocupar cargo público. A ação pede que o governo detalhe os gastos e apresente a base legal para o uso da máquina pública em compromissos considerados não oficiais.

A petição questiona viagens a cidades como Nova York, Roma, Paris e Moscou. Entre os compromissos citados estão eventos promovidos pela ONU e uma agenda de caráter privado na Rússia. De acordo com os documentos apresentados no processo, todas essas viagens implicaram em custos aos cofres públicos.

Viagens internacionais e uso de recursos públicos baseiam ação contra Janja

Apesar de negar o pedido liminar para suspender imediatamente os benefícios concedidos à primeira-dama, o magistrado entendeu que é necessário ouvir previamente as partes envolvidas antes de qualquer decisão sobre a legalidade das despesas. Foi estabelecido o prazo de 20 dias para que tanto o governo quanto Janja apresentem suas defesas.

“É essencial que a população saiba como seu dinheiro está sendo gasto”, declarou Kilter. “Não se trata de impedir que a esposa do presidente o acompanhe em certas viagens, mas sim de garantir que ela não cumpra agendas internacionais como se tivesse uma função pública oficial.”

Janja tem sido criticada até por integrantes do Palácio do Planalto | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Janja tem sido criticada até por integrantes do Palácio do Planalto | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Chiquini também defendeu a iniciativa. “Entramos com essa ação porque a lei determina transparência e legalidade no uso do dinheiro público”, disse. “Exigir explicações na Justiça é um dever de cidadania para garantir que a máquina pública não seja usada para atender interesses particulares.”

Com a decisão, a União e a primeira-dama deverão apresentar documentos que comprovem a legalidade dos gastos realizados. A ação pede, ao final, que as despesas eventualmente consideradas irregulares sejam anuladas e os valores devolvidos ao erário.

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