Fazenda projeta inflação a 5% em 2025 e vê queda a partir de setembro

O Ministério da Fazenda revisou para cima a projeção da inflação para o ano de 2025. Segundo o Boletim Macrofiscal de maio, publicado nesta segunda-feira, 19, a nova expectativa para o IPCA é de 5,0%, frente aos 4,9% previstos em março.

O documento informa que “a redução na inflação passa a ser observada de maneira mais regular apenas a partir de setembro”. Com isso, o governo confirma que a meta de inflação será novamente descumprida neste ano.

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A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para 2025 é de 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual. Portanto, o teto permitido é de 4,5%. A projeção atual do governo supera esse limite.

A inflação acumulada em 12 meses até abril foi de 5,5%, resultado influenciado pela aceleração nos preços livres, que subiram de 5,0% para 5,8%. No mesmo período, a inflação de serviços aumentou de 5,3% para 6,0%, enquanto a de bens industriais avançou de 3,2% para 4,1%. No entanto, os preços administrados desaceleraram e passaram de 5,2% para 4,7%.

A inflação de alimentos também teve alta expressiva e subiu de 7,1% para 7,9% entre fevereiro e abril. “Os maiores preços do tomate e de leite e derivados também contribuíram para a alta”, mostra o boletim.

Em contrapartida, houve deflação em produtos como arroz, feijão, óleo de soja e azeite, favorecida por uma combinação de fatores, entre eles a safra recorde de grãos, que ampliou a oferta interna, e a suspensão temporária de tarifas de importação sobre alguns itens alimentares.

Apesar do cenário inflacionário ainda pressionado, o boletim mostra que a convergência da inflação para a meta ocorrerá de forma mais consistente a partir de 2026. Para esse ano, a estimativa é de 3,6%, dentro do intervalo permitido. A partir de 2027, a expectativa é de alinhamento ao centro da meta.

Inflação deve convergir à meta apenas a partir de 2026

Do lado da atividade econômica, a projeção de crescimento do PIB para 2025 foi ajustada de 2,3% para 2,4%. O boletim destaca que a pequena revisão para cima “está ligada ao melhor desempenho projetado para o ritmo de atividade no primeiro trimestre”, puxado especialmente pela agropecuária, cuja expansão esperada é de 6,3% no ano.

Ainda segundo o relatório, o crescimento do PIB deve desacelerar ao longo do segundo semestre, com menor impulso oriundo do mercado de trabalho e do crédito. “Setores cíclicos tendem a desacelerar nos próximos meses, impactados pelo patamar mais contracionista da política monetária”, diz o documento.

No campo fiscal, o governo reconhece que não cumprirá a meta de resultado primário zero. A projeção mais recente do Prisma Fiscal prevê um déficit de R$ 72,68 bilhões em 2025, o equivalente a 0,58% do PIB.

A estimativa é superior ao limite permitido depois de compensação com precatórios, que permite déficit de até R$ 31,07 bilhões. Portanto, “as projeções de mercado para o déficit primário em 2025 estão acima do limite inferior da meta de resultado primário”, afirma o boletim.

Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante café da manhã com jornalistas | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Apesar disso, as expectativas para o desempenho fiscal melhoram. Em janeiro, o déficit projetado era de R$ 84,3 bilhões. A arrecadação das receitas federais também apresentou alta nas estimativas e passou de R$ 2,68 trilhões em janeiro de 2024 para R$ 2,84 trilhões em maio de 2025.

Já a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), cuja projeção chegou a 82% do PIB em dezembro de 2024, foi revisada para 80,3% em maio. O Banco Central registrou a DBGG em 75,9% do PIB em março deste ano.

O boletim ainda ressalta que a taxa Selic foi elevada para 14,75% em maio, em um contexto de política monetária contracionista, com o objetivo de alinhar as expectativas de inflação ao regime de metas.

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