Netanyahu acusa ONU de mentir e França, Canadá e Reino Unido de apoiarem Hamas

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reagiu às críticas internacionais à guerra em Gaza durante um pronunciamento sobre o assassinato de dois funcionários da embaixada israelense em Washington por um militante pró-palestina. 

Ele acusou a ONU de divulgar informações falsas sobre o risco de morte por fome entre crianças palestinas e afirmou que França, Reino Unido e Canadá estariam incentivando o Hamas ao pressionarem pelo fim da ofensiva.

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Netanyahu criticou especialmente uma declaração da ONU, posteriormente corrigida, sobre a possibilidade de 14 mil crianças morrerem de desnutrição em Gaza em apenas dois dias. Ele também se dirigiu a líderes como Emmanuel Macron, Keir Starmer e Mark Carney, que ameaçaram impor sanções a Israel devido à escalada do conflito.


Em vídeo divulgado nas redes sociais, Netanyahu condenou o atentado que matou Yaron Lischinsky e Sara Milgrim perto do Museu Judaico, nos EUA. Ele relacionou o ataque ao atentado do Hamas em Israel e usou o episódio como argumento para rebater críticas a seu governo. 

“O terrorista que os assassinou cruelmente o fez por um único motivo — ele queria matar judeus. E, enquanto era levado, gritava: ‘Palestina livre!’”, disse o premiê israelense. “Esse é exatamente o mesmo grito que ouvimos em 7 de outubro.” Netanyahu também comparou o grito “Palestina Livre” com a saudação nazista “Heil Hitler”.

Netanyahu, então, voltou suas críticas contra aliados que pressionam por um cessar-fogo. Ele acusou França, Reino Unido e Canadá de, ao ameaçarem sanções a Israel, sustentarem a permanência do Hamas no poder. “Querem que Israel recue e aceite que o exército de assassinos em massa do Hamas sobreviva.”

Ataque washington
Yaron Lischinsky, assistente de pesquisa, e Sarah Milgrim, organizadora de missões diplomáticas para Israel | Foto: Reprodução/Redes sociais

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, havia responsabilizado líderes europeus e de organizações internacionais por alimentarem um clima de hostilidade contra Israel, que teria culminado no ataque em Washington. A França respondeu com a afirmação de que condena e continuará a condenar o antissemitismo.

No começo da semana, Emmanuel Macron, Keir Starmer e Mark Carney disseram que Israel tem o direito de se defender do terrorismo, mas que a escalada da guerra é desproporcional. Eles disseram que não ficarão de braços cruzados diante das “ações escandalosas” em Gaza e ameaçaram impor sanções, caso Israel não suspendesse a nova ofensiva terrestre e as restrições à ajuda.

A declaração sucedeu a autorização de Israel à assistência “mínima” para a Faixa de Gaza, depois de quase três meses de bloqueio. Aliados de Israel alertaram que não poderiam apoiar a ofensiva militar israelense diante das imagens de fome na região.


Entidades internacionais haviam alertado sobre uma crise humanitária em Gaza, onde a escassez de alimentos atinge cerca de 2 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde. 

A ONU chegou a divulgar, na última terça-feira, 20, que 14 mil crianças poderiam morrer em 48 horas, mas corrigiu a estimativa posteriormente. A projeção referia-se, na verdade, a mortes por desnutrição ao longo de um ano, entre crianças de seis meses a cinco anos.

Netanyahu também mencionou esse erro para acusar a ONU de propagar mentiras do Hamas. “A propaganda do Hamas que diz que Israel está matando de fome crianças palestinas. E não é só o Hamas espalhando essa mentira.”

7 de outubro foi esforço do Hamas para interromper conversas entre Israel e Arábia Saudita
Parentes e apoiadores dos reféns sequestrados no ataque mortal de 7 de outubro de 2023 contra Israel pelo Hamas, vindo de Gaza, participam de um jantar simbólico de Seder no início do feriado judaico da Páscoa, em Tel Aviv, Israel (12/4/2025) | Foto: Reuters/Joyce Zhou

Netanyahu reforça prosseguimento do apoio dos EUA a Israel

Apesar da entrada de caminhões com suprimentos em Gaza, organizações humanitárias afirmam que apenas uma pequena parte dessa ajuda foi entregue de fato aos palestinos. O governo israelense propôs um novo plano, que prevê a distribuição de alimentos por entidades dos EUA com proteção do Exército de Israel. 

O premiê israelense afirmou ter discutido a proposta com os EUA. No entanto, a iniciativa foi criticada internacionalmente, pois poderia forçar deslocamentos internos de palestinos. 

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 22, o governo israelense destacou que os EUA continuam a apoiar os objetivos de Netanyahu, inclusive a libertação dos reféns, a eliminação do Hamas e o avanço do chamado “plano Trump”.

Esse plano, apresentado em fevereiro, prevê a saída de 2 milhões de palestinos de Gaza para países vizinhos, como Egito e Jordânia, com a proposta de transformar o território em uma espécie de “Riviera do Oriente Médio”. 

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