A revolução do óbvio

Um confiável termômetro sobre o desatino de uma época é a capacidade de seus contemporâneos de se entorpecerem diante de uma simples obviedade. Se, como reza o ditado, em terra de cego quem tem olho é rei, vale acrescentar que, em palco de maluco, quem junta lé com cré vira gênio. Em tempos normais, o óbvio só consegue ser banal. Mas, na era do descalabro, o truísmo pode adquirir status de verdade revelada.

Nessa segunda categoria se insere a pregação de Abigail Disney, herdeira de fortuna e sobrenome que dispensam apresentações. Em entrevista à Folha (“Precisamos parar de idolatrar os ricos, diz herdeira da Disney“, 5/5), a cineasta filantropa, que visitou o Brasil recentemente, disse algo que vem a calhar nestes tempos aziagos. Segundo ela, o mundo precisa parar de idolatrar os ricos, achando que eles sabem mais. Atentemo-nos: cifras demais não necessariamente são neurônios a mais.
Leia mais (05/25/2025 – 22h00)

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