Mortes violentas de agentes de segurança aumentam no RJ

O número de mortes de profissionais de segurança pública no Rio de Janeiro atingiu patamar inédito nos três primeiros meses de 2025. O Estado concentrou 52% dos atentados a agentes registrados no país de janeiro a abril, de acordo com dados do Ministério da Justiça.

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Durante o período, o Rio de Janeiro contabilizou 37 mortes, número duas vezes maior que as 18 vítimas do mesmo intervalo de 2024. No total do Brasil, houve 71 mortes de agentes em 2025, enquanto no ano anterior foram 70 casos registrados nacionalmente.

Cenário no Rio de Janeiro preocupa

Desde o começo da série histórica em 2015, essa é a primeira vez que o Estado concentra mais da metade dos casos nacionais. Em 2024, o Rio respondia por 26% das mortes de profissionais de segurança pública em todo o país.

O aumento das mortes no Estado interrompe a redução observada nas demais unidades da federação. Nos outros 25 Estados e no Distrito Federal, houve queda de 35% no número de agentes mortos — passou de 52 em 2024 para 34 em 2025. Com o Rio, o total nacional subiu de 70 para 71.

Sem contar o Rio de Janeiro, o país registrou queda de 35% nas mortes de agentes de segurança | Foto: Reprodução/Flickr
Sem contar o Rio de Janeiro, o país registrou queda de 35% nas mortes de agentes de segurança | Foto: Reprodução/Flickr

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro, do governo Cláudio Castro (PL), a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, conhecida como ADPF das Favelas, teria contribuído para esse cenário. A medida dificultou operações policiais durante parte do período. O órgão lamentou as mortes, mas não detalhou os casos.

O STF e a segurança pública

A ADPF das Favelas foi determinada em 2020 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte exigiu justificativas para operações policiais em comunidades durante a pandemia. Em abril deste ano, os ministros alteraram as regras e o governador Cláudio Castro comemorou a retomada das operações, classificando como “vitória da segurança”.

A Secretaria de Segurança afirmou que “com a retomada ostensiva das ações policiais em áreas que, por muito tempo, permaneceram sem a presença do Estado, os confrontos armados se intensificaram”. O órgão declarou que as mortes são “consequência dolorosa da dedicação e do compromisso dos agentes de segurança em proteger a população fluminense”.

José Vicente Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, classificou os números como alarmantes. Ele afirmou ao g1 que “esse estímulo ao confronto, que não é precedido por uma inteligência competente para reduzir os perigos das ações, é a principal explicação”.

O aumento das mortes no Rio de Janeiro ocorreu principalmente entre policiais civis, que passaram de nenhum caso em 2024 para quatro em 2025, e agentes penitenciários, com aumento de dois para dez. 

As mortes de policiais militares subiram de nove para 17. Bombeiros tiveram um caso a menos, caindo de sete para seis.

Dentre os 37 agentes mortos no Rio em 2025, pelo menos dez estavam de folga. Uma morte ocorreu durante operação e outra quando o policial estava em serviço, mas fora de operação. Um dos casos foi o do policial civil João Pedro Marquini, morto no dia 30 de março enquanto dirigia.

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