Depois de enfrentar enchentes históricas em maio de 2024, o Sul do Brasil agora sofre com a seca. A prolongada falta de chuvas na região deixou os reservatórios em níveis críticos e elevou o risco de escassez energética em 2025.
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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já adotou medidas emergenciais para garantir o fornecimento, entre elas o acionamento de térmicas e a antecipação da entrega de energia por usinas contratadas no Leilão de Reserva de Capacidade de 2021.
“Os níveis estão aquém do que esperávamos e tratamos de medidas para assegurar o atendimento”, afirmou o diretor-geral do ONS Marcio Rea em entrevista à Agência iNFRA. “Pode ser que chova bastante e a situação melhore mas não contamos com isso.”
Diante deste cenário, o ONS reforçou a defesa da volta do horário de verão em 2025 como ferramenta técnica para aliviar a pressão sobre o sistema nos horários de pico.
“Reforçamos que tecnicamente é importante o horário de verão”, afirmou o diretor. “Ele vai contribuir até por conta dessa questão das chuvas abaixo da média no Sul. Mas agora depende de uma avaliação governamental.”
A mudança no relógio, segundo ele, redistribuiria a carga no início da noite, período de maior consumo residencial com o uso de luzes e aparelhos de refrigeração.
Embora a decisão seja do Ministério de Minas e Energia e à Presidência da República, o ONS considera a medida urgente sob a ótica técnica, ressalta Rea.
Fatores além da falta de chuvas no Sul
Ele também incluiu outros fatores que já pressionam o sistema, como a expansão da geração distribuída (sobretudo solar), o crescimento dos data centers e o aumento da demanda ligada a novos projetos de hidrogênio verde.
Outra ação em estudo envolve a redução dos cortes obrigatórios de geração, com potencial para liberar até 2 GW adicionais de energia vinda do Nordeste.
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Depois de completar um ano à frente do ONS neste sábado 17, Rea destacou o reforço na articulação com outras instituições do setor, como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e mencionou a integração mais próxima com o Ministério de Minas e Energia.
“Tentamos trazer o ONS como um puxador. Todo esse esforço permitiu que o operador contribuísse de forma mais efetiva para os debates essenciais do setor elétrico.”
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