Nesta segunda-feira, 9, durante interrogatório na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid criticou a suposta minuta do golpe.
“Não me lembro quem mandou e, realmente, é um documento, digamos assim, até muito mal escrito”, disse. “Mas não me lembro quem tirou a foto. Não fui eu que tirei a foto. Eu não recebi esse documento físico. Ele veio só pelo meio digital.”
Cid respondia a uma pergunta do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet. O PGR interpelou o militar a respeito de imagem da “minuta”. O fim do documento estava obstruído por um papel.
Por ser delator, Cid é o primeiro a depor. A sessão visa a aprofundar as investigações sobre o grupo principal acusado de articular o que seria uma tentativa de ruptura institucional. Segundo a “minuta”, a disputa eleitoral que teve Lula como vencedor deveria ser anulada. O texto propunha ainda a criação de uma comissão eleitoral para conduzir novas eleições.
Mauro Cid diz, em interrogatório, que Bolsonaro recebeu documento

Conforme Cid, Jair Bolsonaro recebeu e editou a suposta “minuta golpista” para anular o resultado das eleições de 2022.
De acordo com Cid, que era ajudante de ordens do então presidente, Bolsonaro “enxugou” o documento, que inicialmente previa as prisões de autoridades, entre elas, ministros do STF e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.
“De certa forma, ele enxugou o documento, retirando autoridades das prisões, ficando somente o senhor como preso. O resto…”, disse Cid. Em tom irônico, Moraes respondeu: “O resto foi conseguindo um habeas corpus”.
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