Defesa de Mauro Cid diz que mensagens atribuídas a ele contra Moraes são montagens

Os advogados do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, se manifestaram na noite desta quinta-feira, 12, horas depois da divulgação de uma reportagem da revista Veja. Conforme a publicação, o militar mentiu no interrogatório que o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou nesta semana. Afirmação que se sustenta a partir de mensagens em redes sociais. Para a defesa, no entanto, as postagens são montagens.

Na reportagem, Veja lembra que, no interrogatório, Cid afirmou que não usou nenhuma plataforma de rede social. Tal afirmação não condiz com os prints atribuídos a ele. Nas mensagens expostas pela revista, o tenente-coronel faz a um interlocutor — que não teve a identidade divulgada — críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator no STF das ações que envolvem a suposta tentativa de golpe de Estado. Além disso, o militar garante que os agentes responsáveis pelo seu acordo de delação premiada tentavam “colocar palavras” em sua boca e de terem uma “narrativa” pronta.

Em um momento da conversa divulgada pela revista — e que a defesa garante ser montagem —, o tenente-coronel afirma que o “jogo é sujo”. Em outro trecho, ele acusa Moraes de já ter “sentença pronta” para condená-lo. Na visão dele, o magistrado também estaria pré-disposto a condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e os ex-ministros — e generais do Exército — Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

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Ainda segundo a Veja, as mensagens enviadas por Cid teriam ocorrido de 29 de janeiro a 8 de março do ano passado. Período em que ele já havia firmado o acordo de delação premiada — homologada por Moraes em setembro de 2023.

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O ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e o presidente da República, durante cerimônia de posse de João Roma como ministro da Cidadania de seu governo, e de Onyx Lorenzoni na Secretaria-Geral da Presidência — 24/2/2021 | Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Obrigações de Mauro Cid com o acordo de delação

Ao firmar o acordo de delação premiada, Mauro Cid se comprometeu a não manter contato com outros investigados no caso da suposta tentativa de golpe nem usar quaisquer redes sociais. Essa segunda obrigação teria sido descumprida, afirma a reportagem da Veja.

No interrogatório desta semana, Cid garantiu que não usou redes sociais para reclamar do acordo de delação premiada que assinara. A possibilidade foi levantada, no STF, por Celso Vilardi, um dos advogados de Bolsonaro.

“Quero saber se ele [Cid] fez uso em algum momento para falar de delação de um perfil no Instagram que não está no nome dele”, perguntou o advogado, que recebeu um “não” como resposta. “Ele nunca usou perfil de mídia social para falar com ninguém? Conhece um perfil chamado @gabrielar702?”, prosseguiu o defensor do ex-presidente da República, que, novamente, teve negativa como retorno.

O perfil @gabrielar702 é o que aparece nas mensagens divulgadas pela revista Veja. Abaixo, imagens que o veículo de comunicação publicou nesta quinta-feira.

Nesse trecho, Cid reclama de manipulação durante depoimento
Nesse trecho, Cid reclama de manipulação durante depoimento | Foto: Captura de Tela/Veja

Em outro trecho, Cid teria dito que se sentiu pressionado
Em outro trecho, Cid teria dito que se sentiu pressionado | Foto: Captura de tela/Veja

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