Morre Violeta Chamorro, primeira mulher a presidir a Nicarágua

Violeta Barrios de Chamorro morreu neste sábado, 14, aos 95 anos. Primeira mulher a comandar a Nicarágua, ela estava em San José, na Costa Rica, onde viveu os últimos meses para ficar próxima dos filhos.

A ex-presidente enfrentava uma longa doença e faleceu cercada pela família. De acordo com comunicado divulgado pelos filhos, Chamorro morreu em paz e recebeu cuidados especiais no período final da vida.

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Distante da vida pública havia cerca de 20 anos, ela deixou a Nicarágua em outubro de 2023, quando se transferiu de Manágua para a capital costarriquenha. Três dos quatro filhos vivem no exílio por se oporem ao regime de Daniel Ortega.

Chamorro se tornou figura central na política do país ainda antes da presidência. Viúva do jornalista Pedro Joaquín Chamorro Cardenal, assassinado por denunciar os abusos do ditador Anastasio Somoza, Violeta assumiu a direção do jornal La Prensa.

No comando do veículo, intensificou sua atuação pela liberdade de expressão e pela redemocratização da Nicarágua.


Em 1979, integrou a junta provisória que assumiu o governo depois da derrubada da dinastia Somoza, movimento que contou com o apoio da Frente Sandinista de Libertação Nacional.

Apesar da participação inicial, Violeta logo se distanciou do grupo ao perceber diferenças com o projeto de Ortega, então líder do sandinismo.

Violeta derrotou Ortega e conduziu um governo de abertura

Violeta chegou ao poder em 1990 ao derrotar Ortega nas eleições presidenciais. Seu governo rompeu com a orientação socialista dos sandinistas e abriu caminho para reformas liberais.

Promoveu ajustes econômicos, estimulou a entrada de investimentos e defendeu maior liberdade de imprensa e de debate político. Seu período no poder é lembrado como um intervalo democrático entre fases autoritárias.

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O retorno de Ortega ao comando do país reverteu avanços em liberdades civis. A Nicarágua permanece hoje como uma das nações mais fechadas da região, com restrições severas à imprensa, por exemplo.

Violeta também enfrentou críticas por se aproximar dos Estados Unidos e de órgãos como a CIA, que buscavam conter os sandinistas e combater o narcotráfico. Ainda assim, o período de sua gestão é visto como um marco na história recente da Nicarágua.

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