O elogio do fracasso

Ninguém gosta de fracassar, e isso é um problema. Nossa estrutura psíquica evoluiu para nos afastar de erros. Mas, se varrer falhas para baixo do tapete fazia sentido no Pleistoceno, o mesmo raciocínio não se aplica na modernidade e suas instituições. A ciência, por exemplo, é um sistema no qual resultados negativos e hipóteses frustradas são parte indissociável do ecossistema. O saber não avança sem isso. Não obstante, mesmo sabendo disso, cientistas ficam desapontados quando suas previsões iniciais fracassam. Por vezes, até tentam esconder seus erros -o que pode ser desastroso para o sistema.

Em “Right Kind of Wrong” (o tipo certo de erro), Amy Edmondson (Harvard) traça uma cartografia dos erros. Eles podem ser básicos, complexos ou inteligentes. Podem ocorrer em situações de baixa, média ou alta incerteza. Podem dar-se em contextos já bem mapeados pelo conhecimento, nos nem tanto ou em terreno desconhecido. Cada combinação produz um resultado. Há desde o erro catastrófico do piloto que derruba o avião até os erros que revelam os buracos de uma teoria, abrindo as portas para as chamadas revoluções científicas.
Leia mais (02/17/2024 – 12h09)

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