A Prefeitura de São Paulo vai fechar definitivamente o Hospital Bela Vista. A unidade fica no centro da capital e é referência no atendimento à população em situação de rua. A Vigilância Sanitária estadual interditou o hospital no fim de outubro.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) investiga a instituição por supostas irregularidades e mortes de pacientes. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que está entregando o prédio onde funciona a unidade, seguindo o pedido do MPSP e da Vigilância.
Hospital tem problemas estruturais, diz promotor
A interdição do Bela Vista ocorreu no dia 31 de outubro, depois de uma fiscalização envolvendo a vigilância, o MPSP e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Na época, a SMS afirmou que o motivo da medida seriam problemas estruturais. Contudo, o promotor do caso, Arthur Pinto Filho, aponta outras questões.
Conforme Filho, o levantamento do Cremesp indicou irregularidades diversas. Entre elas, a ocorrência de 17 mortes na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital em agosto e outras 15 em setembro. Dessas, seis provavelmente decorrentes de “erros grotescos”.
Além disso, o promotor destaca que é necessária uma melhor análise das mortes para compreensão dos fatos. O ministério aguarda o relatório da Vigilância Sanitária “para ter uma visão em conjunto do que exatamente aconteceu ali”, diz Filho.
Junto à UTI, identificaram-se problemas nos quartos de isolamento, onde havia pacientes infectados com tuberculose. O local não teria um sistema regular de tratamento do ar para impedir a contaminação de outras pessoas, informou Filho.
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Do mesmo modo, a auditoria identificou a falta de profissionais para atender a demanda e de equipe qualificada; escalas incompletas de médicos plantonistas; irregularidades na central de esterilização de materiais cirúrgicos; falha na separação entre os equipamentos limpos e sujos; entre outros graves problemas.
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